quinta-feira, 17 de julho de 2025

Sophia Abrahão e Sérgio Malheiros se despedem da cachorrinha Lady e emocionam com relato nas redes sociais

Psicóloga especialista em luto, Natália Aguilar explica por que a perda de um animal de estimação pode ser tão dolorosa quanto a de um familiar


Atores lamentam a perda da cadelinha Lady. Foto: Reprodução das redes sociais


A atriz Sophia Abrahão comoveu os seguidores ao compartilhar uma homenagem à sua cachorrinha Lady, que faleceu recentemente. Ao lado do ator Sérgio Malheiros, ela expressou o impacto da perda: “Foi tudo como deveria ser. Sem sofrimento, apenas um dia internada e sendo impecável e forte até o fim. A gente te ama demais… Sua falta é devastadora em casa”.

O desabafo, publicado nas redes sociais, reacende um tema delicado e pouco debatido: o luto por animais de estimação. Para a psicóloga Natália Aguilar, especialista em luto, essa dor é legítima e precisa ser acolhida com sensibilidade. “O vínculo com um pet é uma relação de amor puro, presença constante e apoio emocional. Quando um animal parte, o impacto pode ser tão intenso quanto a perda de um ente querido”, explica.

Ainda segundo a psicóloga, um dos maiores desafios enfrentados por quem vive esse tipo de luto é a falta de acolhimento social. “Muitas pessoas ouvem frases como ‘era só um cachorro’ ou ‘compra outro’, o que pode gerar ainda mais sofrimento. Validar essa dor é essencial para a elaboração saudável do luto”, completa.

Dica de leitura: um livro para acolher crianças e adultos

Para ajudar a lidar com a perda de um animal, a atriz e risoterapeuta Gabriela Roncatti lançou o livro "Di, o cachorro pula-pula", inspirado em sua vivência com seu cãozinho Di. A obra conta de forma leve, sensível e divertida a história de um cachorrinho cheio de energia que, após partir, “virou estrelinha”.

O Di me ensinou sobre amor e alegria. Quando ele se foi, nasceu o desejo de transformar essa dor em carinho, em história, em presença. Esse livro é uma homenagem a ele e a todos os amigos que estão morando com ele na estrelinha mais linda do universo”, conta Gabriela.

O livro é publicado pela Casa Editorial e está disponível em versão impressa e em audiobook, com narração da própria autora no Spotify. Apesar de ser uma obra voltada para o público infantil, sua linguagem acolhedora também toca profundamente os adultos. “É um livro para famílias que perderam seus bichinhos e querem falar sobre isso com as crianças de forma amorosa. Mas é, principalmente, um livro sobre amor que continua, mesmo depois da partida”, afirma a autora.

Na dedicatória, Gabriela Roncatti escreve: “O Di dedica este livro a todos os seus amigos que estão morando com ele na estrelinha mais linda deste universo… um céu que é puro amor cheio de biscoito”.


Socialização felina: como o cuidado emocional transforma a vida de gatos resgatados e aumenta as chances de adoção

Histórias como as das gatinhas Brenda e Denise mostram que escuta, paciência e respeito ao tempo do animal fazem toda a diferença


Gatinha Brenda foi amor à primeira vista. Foto: Divulgação


A adoção da gatinha Brenda foi amor à primeira vista. Jaqueline Rufino, cientista de dados, buscava uma gata preta e adulta quando conheceu a ONG Confraria dos Miados e Latidos, que descrevia a gatinha como “tímida e medrosa”. Experiente com felinos, já no 15º gato, Jaqueline sabia o que esperar. “Se ele (o gato) é tímido, ele é tímido e ponto final”. Mas a tutora se surpreendeu. No primeiro dia que fomos para casa, em vez de se esconder, explorou o novo quarto, aprendeu a abrir a porta e tomou conta da casa: “Introdução? Não teve, ela tomou conta da casa como se tivesse nascido aqui”.

Apesar do início destemido, a socialização exigiu respeito e paciência. “Foi complicado andar pela casa com ela, já que ela realmente é medrosa e tem uma grande dificuldade em dividir o espaço com a gente, então eu dei espaço pra ela. Até hoje ela foge quando a gente tá atravessando o corredor e não fica no colo mais que 30 segundos, mas eu escolhi esperar ela. Seguimos todos os conselhos da ONG e demos todos os petiscos que ela quis”, conta. Hoje, mesmo sem gostar de colo, Brenda mia pedindo carinho, “amassa pãozinho” nas cobertas e já brinca com os outros gatos da casa. “Eu diria que o maior conselho é amor, carinho e respeito. Respeitar o espaço do gatinho e esperar o tempo deles é o melhor conselho, mas também recomendo churu e petiscos!”.

Um outro exemplo é a gatinha Denise. Chegou ao abrigo da ONG extremamente arisca e se escondia ao menor sinal de aproximação. Com o trabalho de socialização, o apoio de uma veterinária comportamentalista e o respeito ao seu ritmo, ela passou a aceitar carinhos na cabeça — ainda com reservas, mas demonstrando bem-estar e segurança. A expectativa é que, em breve, ela encontre um lar que compreenda e acolha sua personalidade.

Segundo a Confraria dos Miados e Latidos, o trabalho de socialização aumenta significativamente as chances de adoção. Por isso, o acolhimento na ONG inclui cuidados veterinários e suporte emocional. "Entendemos que um animal saudável é aquele que vive bem no corpo e na mente. E muitos dos nossos gatinhos hoje carinhosos e confiantes já foram, um dia, tímidos e inseguros”, afirma Laís Piccolo, coordenadora de Adoções da ONG Confraria dos Miados e Latidos. 

Processo de socialização pode levar mais de 3 meses

Nem todo gato resgatado está pronto para o colo. Muitos chegam aos abrigos assustados, com sinais de traumas e precisam de um processo cuidadoso e contínuo de socialização para voltarem a confiar em humanos. Esse histórico pode gerar dificuldades para se socializar mesmo em ambientes seguros. Na ONG Confraria dos Miados e Latidos, que hoje acolhe mais de 50 gatos tímidos ou temperamentais, esse trabalho vai além do cuidado físico, envolve escuta, paciência e um olhar atento para a linguagem corporal dos felinos.

Segundo a médica veterinária e especialista em comportamento felino que atua voluntariamente na socialização dos gatos da ONG, Débora Paulino, cada gato possui particularidades genéticas e cognitivas que influenciam suas respostas ao novo ambiente. “Assim como uma pessoa pode se ‘acostumar’ com algo que não faz bem à saúde emocional, os gatos também. Importante dizer que a capacidade para aprender e se acostumar existe, assim como a mesma pode ser direcionada para ‘desaprender’ e desacostumar”. Para ajudá-los no processo de socialização, Débora destaca sinais que indicam avanço na confiança, como expressão corporal relaxada, aceitação de comida na presença do tutor, uso da caixa de areia, brincadeiras e aproximações sutis com interesse.

O processo de socialização deve respeitar o tempo de cada animal, podendo levar até três meses (mas não é regra e cada animal tem seu tempo) para que ele se sinta parte do novo lar. “A socialização é estruturada em cinco pilares e não em cinco minutos! A evolução para cada pilar depende de vários fatores, alguns do gato, outros do ser humano e outros do ambiente”, afirma a veterinária, listando fatores como preparação do ambiente, troca olfativa, brincadeiras com troca de olhares, contato corporal supervisionado e rodízio dos espaços. 

Ao longo do processo de socialização, Débora destaca alguns sinais importantes, como:

  • Piscar lentamente: indica confiança e tranquilidade.

  • Postura encolhida e orelhas para trás: sinal de tensão ou medo.

  • Lambidas frequentes no focinho: costumam indicar desconforto ou indecisão.

  • Rabo esticado e leve tremor na ponta: geralmente sinal de curiosidade.

  • Fugir ou se esconder ao ouvir passos: medo ainda presente.

A especialista reforça que socializar um gato facilita sua adaptação e contribui para adoções mais responsáveis. “A socialização nos mostra o potencial e o perfil de comportamento daquele gatinho. O gato pode ficar arisco novamente se ele for para uma casa que não está sendo um verdadeiro lar para ele, pois o lar caracteriza o espaço de acolhimento, segurança, compreensão e livre de medo. Então o ambiente faz a total diferença para o comportamento deles gato, se ele se sente vulnerável e com medo, ele vai ter respostas comportamentais proporcionais a isso, como se tornar agressivo, podendo urinar fora do lugar, ficar o dia todo escondido, não comer entre outras mudanças comportamentais”. Mais informações em www.miadoselatidos.org.br@cmiadoselatidos

Sobre a Confraria dos Miados e Latidos

A ONG atua com excelência e profissionalismo na proteção animal desde 2007, tendo viabilizado nesse período a adoção responsável de mais de 5 mil animais e a castração de mais de 16 mil. Seu trabalho é focado na castração, como um dos pilares fundamentais da Saúde Única (saúde animal-humana-ambiental), no resgate e adoção responsável e na produção de conteúdo educativo para o público em geral.


terça-feira, 15 de julho de 2025

Mortes de cavalos por ração contaminada acendem alerta sobre segurança alimentar animal

Cavalos são animais extremamente sensíveis a erros alimentares


Cavalos são animais extremamente sensíveis a erros alimentares. Foto: Divulgação

Nos últimos meses, o Brasil acompanhou a notícia de centenas de cavalos mortos em diferentes regiões do país. Os animais, muitos deles de alto valor genético e econômico, foram vítimas de um inimigo silencioso: a ração contaminada. 

O episódio, ainda sob investigação, acendeu um alerta vermelho sobre os cuidados na produção, armazenamento e distribuição de alimentos para equinos.

Quando falamos em ração, estamos falando de alimento. E alimento, seja para humanos ou animais, precisa ser produzido com rigor técnico e sanitário absoluto”, destaca a veterinária Paula Eloize, especialista em segurança dos alimentos e consultora de indústrias do setor.

O perigo invisível nas rações

Cavalos são animais extremamente sensíveis a erros alimentares. A planta do gênero Crotalaria, por exemplo, é tóxica para diversas espécies, mas os cavalos são particularmente sensíveis.

Mesmo pequenas quantidades de alcalóides pirrolizidínicos podem desencadear um quadro agudo de intoxicação, com sintomas como apatia, falta de coordenação, icterícia e, em muitos casos, morte súbita.

A grande dificuldade é que o criador não consegue identificar a contaminação a olho nu. Os lotes de ração podem aparentar estar em perfeitas condições, mas a toxina já está presente e agindo no organismo do animal”, explica Paula Eloize.

Além disso, a presença de fungos e toxinas naturais, oriundos de matérias-primas mal armazenadas, representa outro risco frequente.

Uma contaminação pode ocorrer de forma cruzada, quando uma fábrica que produz ração para diferentes espécies não realiza uma limpeza adequada entre os lotes. Basta uma falha no processo para transformar o alimento em veneno”, explica Paula Eloize.

Segundo ela, é comum que produtores confiem apenas na reputação da marca, mas isso não é suficiente: “O criador precisa exigir laudos de análises, conhecer a procedência das matérias-primas e entender se a indústria segue programas de controle de qualidade. Segurança não pode ser terceirizada”, acrescenta.

As 4 orientações da especialista para criadores e haras

Para evitar que tragédias como essa se repitam, Paula Eloize compartilha cinco recomendações essenciais para quem lida com equinos:

1. Exija rastreabilidade completa

Quando você compra uma ração, não está adquirindo apenas um saco de alimento: está assumindo toda a cadeia de produção que está por trás dele”, afirma Paula Eloize.

Por isso, a especialista recomenda exigir que cada lote seja claramente identificado, com data de fabricação, validade e códigos que permitam rastrear desde a origem das matérias-primas até o produto final.

Além disso, é essencial que o fabricante disponibilize laudos laboratoriais atualizados, comprovando que o alimento está livre de micotoxinas, metais pesados e substâncias tóxicas para cavalos, como ionóforos e alcalóides de plantas daninhas. 

Esses laudos são como a identidade da ração. Sem eles, você está comprando no escuro”, alerta Paula.

2. Armazene corretamente

Mesmo que a ração saia perfeita da fábrica, o armazenamento inadequado pode transformar um alimento seguro em um risco potencial. “Umidade, calor e pragas como roedores e insetos são os maiores inimigos da qualidade”, explica Paula Eloize.

Ela orienta que o depósito de ração seja mantido em local ventilado, seco, limpo e protegido da luz solar direta, com os sacos afastados do chão por meio de pallets. 

Cavalos são extremamente sensíveis a alterações na qualidade da ração. Por isso, cuidar do armazenamento é tão importante quanto escolher o fornecedor certo”, complementa.

3. Capacite a equipe

De nada adianta investir na melhor ração do mercado se a equipe não sabe manuseá-la corretamente”, destaca Paula. Muitos erros acontecem porque funcionários misturam rações de espécies diferentes, reutilizam sacolas contaminadas ou ignoram sinais de deterioração.

A especialista recomenda treinamentos periódicos para que todos saibam separar os lotes por espécie e data, identificar alterações de cheiro, cor ou presença de insetos, e higienizar o ambiente de armazenamento adequadamente. 

Esses cuidados simples podem evitar perdas enormes, tanto de vidas quanto financeiras”, enfatiza.

4. Observe sinais precoces nos animais

Por fim, Paula reforça a importância de observar o comportamento dos cavalos todos os dias.

Eles não conseguem falar, mas mostram no corpo quando algo não vai bem”, diz.

Entre os principais sinais de alerta estão a falta de apetite ou recusa da ração, apatia, fraqueza, sudorese excessiva, tremores musculares e dificuldade de locomoção.

Caso qualquer um desses sintomas seja percebido, suspenda imediatamente a ração e busque orientação veterinária. Nessas situações, cada minuto faz diferença”, orienta Paula.

Um alerta para o futuro

Para Paula, o caso recente deve servir como um divisor de águas no Brasil:

É preciso parar de tratar a segurança alimentar como um detalhe. Na cadeia produtiva, cada elo importa. Do agricultor que planta o milho até o haras que alimenta o cavalo, todos precisam entender que vidas e fortunas dependem desse cuidado”, conclui.

Enquanto criadores lamentam as perdas e autoridades investigam responsabilidades, a lição permanece: na nutrição animal, não há espaço para erros.


domingo, 13 de julho de 2025

Medicina veterinária preventiva: benefícios além da saúde animal

Prevenção promove qualidade de vida às famílias multiespécies, sustentabilidade ao setor e colabora com a saúde pública


A prevenção reduz custos, melhora resultados e fortalece o vínculo entre tutores e veterinários. Foto: Divulgação

Prevenir é melhor do que remediar – o sábio ditado popular aplica-se também à saúde animal e segue mais verdadeiro do que nunca. Em um cenário em que os pets vivem mais e fazem parte do núcleo familiar, crescem as demandas por bem-estar e longevidade, e a medicina veterinária preventiva emerge como pilar estratégico não apenas para responsáveis (tutores) e profissionais, mas para todo o ecossistema de saúde.

Ao antecipar doenças e promover hábitos mais saudáveis para os animais de estimação, a prevenção reduz custos, melhora resultados terapêuticos e fortalece o vínculo entre responsáveis e médicos-veterinários. Mais do que uma tendência, trata-se de uma necessidade alinhada também ao conceito de Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.

O que é medicina veterinária preventiva?

Consultas veterinárias regulares, exames de rotina, monitoramento da saúde bucal, acompanhamento nutricional, vacinação e vermifugação com protocolos personalizados, controle de parasitas, avaliação de comportamento, orientações sobre atividade física e enriquecimento ambiental, além de suporte ao envelhecimento saudável, são algumas das práticas que compõem a medicina veterinária preventiva. Essa rotina contribui para a identificação precoce de condições de saúde que muitas vezes não apresentam sintomas evidentes, como insuficiência renal, distúrbios endócrinos, obesidade, alterações oculares, doenças cardíacas e articulares. O diagnóstico antecipado possibilita intervenções mais eficazes, com menores impactos à saúde e melhor qualidade de vida para os pacientes. 

Além disso, práticas preventivas personalizadas, como a medicina baseada em genética, exames de rastreio de comorbidades, fisioterapia preventiva e de suporte e técnicas integrativas já são realidade em muitos hospitais e clínicas veterinárias brasileiras, promovendo saúde integral e individualizada para cada pet.

Na prática clínica, frequentemente são detectadas alterações nos exames de pets que, aos olhos do responsável, estavam perfeitamente saudáveis. Muitas doenças renais, hepáticas, cardíacas e endócrinas evoluem de forma silenciosa e só apresentam sinais quando estão em estágio avançado. A medicina preventiva permite ao veterinário agir antes que a doença comprometa a qualidade de vida do animal”, explica a médica-veterinária e country manager da VetFamily no Brasil, Stella Grell.


A medicina preventiva também traz benefícios emocionais. Foto: Divulgação


Benefícios para as famílias multiespécies

Animais que recebem cuidados preventivos tendem a ser mais saudáveis, ativos e felizes. Isso reflete diretamente no convívio diário, fortalecendo o vínculo entre pets e familiares e promovendo um ambiente mais harmonioso em casa”, destaca Stella. Doenças não diagnosticadas ou falta de tratamento adequado podem contribuir para alterações no comportamento, como agressividade, ansiedade e depressão, afetando a qualidade de vida do pet e a relação com seus responsáveis e com outros animais.

Para os responsáveis, a medicina preventiva também traz benefícios emocionais. Saber que seu animal está saudável e bem cuidado reduz a ansiedade e o estresse associados a problemas de saúde, a uma possível perda precoce do pet e a gastos não previstos.

Embora essencial, a medicina veterinária preventiva ainda encontra barreiras em responsáveis que não compreendem que um check-up regular custa muito menos do que tratar uma doença avançada — e pode ser a diferença entre meses de sofrimento e uma vida saudável e ativa. “Prevenir é sempre mais econômico do que tratar. Um check-up anual, por exemplo, pode custar menos de 50% de uma diária de internação emergencial. A vacinação em dia evita doenças graves como cinomose, parvovirose, leptospirose e rinotraqueíte, que exigem internações prolongadas e riscos à vida dos animais”, argumenta Stella.

Protagonismo veterinário

Do ponto de vista da gestão veterinária, a medicina preventiva traz previsibilidade financeira, fidelização de clientes e diferenciação no mercado. “Clínicas e hospitais que estruturam programas de prevenção conseguem reduzir emergências, manter o fluxo constante de atendimentos e se posicionar como centros de saúde de confiança”, destaca o médico-veterinário e diretor comercial da VetFamily no Brasil, Fabiano de Granville Ponce.

Para que a medicina preventiva se torne a norma — e não a exceção —, é fundamental ampliar o repertório de conhecimento técnico entre os profissionais e investir na formação de uma cultura de cuidado contínuo. Ferramentas como prontuários eletrônicos, programas de fidelidade, tratamentos inovadores e educação continuada são aliados importantes para implementar uma estrutura de medicina veterinária preventiva de forma escalável e sustentável.

A VetFamily, comunidade internacional criada por médicos-veterinários, tem como objetivos fomentar o segmento veterinário por meio de parcerias estratégicas que facilitem o desenvolvimento técnico e administrativo dos médicos-veterinários e promovam o acesso a soluções, tecnologias, produtos, medicamentos e vacinas de ponta. “A prevenção é uma das estratégias mais eficazes para a sustentabilidade das clínicas e hospitais veterinários e para o fortalecimento do vínculo com os responsáveis. Por isso, a VetFamily, em parceria com a indústria farmacêutica e com os membros da comunidade, promove a medicina preventiva e investe em campanhas de saúde com o intuito de informar e auxiliar responsáveis na detecção precoce de doenças e na necessidade de prevenção, além, é claro, de ressaltar a real importância do médico-veterinário na saúde coletiva”, esclarece Ponce.

O impacto sistêmico da prevenção

A medicina veterinária preventiva também desempenha papel educativo e prático na saúde pública e ambiental. O controle de parasitas, a vacinação e o uso racional de antimicrobianos não apenas protegem os animais, mas evitam a propagação de zoonoses e colaboram no combate à resistência antimicrobiana — um dos maiores desafios globais em saúde atualmente.

A prevenção na veterinária está intrinsecamente ligada ao conceito de Saúde Única. Cada vacina aplicada, cada responsável orientado, cada protocolo de bem-estar implementado nas clínicas tem um reflexo direto na saúde da sociedade como um todo”, reforça Ponce.

A medicina veterinária preventiva não é apenas uma ferramenta de cuidado: ela é uma estratégia ética, econômica e técnica para garantir mais anos de vida saudável aos pets, mais tranquilidade aos responsáveis e mais relevância para o profissional veterinário. Prevenir é, cada vez mais, a melhor forma de cuidar.

Fonte: VetFamily


Saúde animal: exames periódicos em pets podem identificar doenças precocemente

Uso de agulha de calibre fino na coleta de sangue pode amenizar o desconforto nos animais de estimação


Exames regulares identificam e previnem problemas de saúde. Foto: Pixabay


Os exames periódicos de saúde em animais de estimação são essenciais para garantir saúde e bem-estar a longo prazo. Assim como nós, os animais também podem desenvolver problemas de saúde e exames regulares podem identificar esses problemas, permitindo tratamento adequado e prevenindo complicações, que podem ser irreversíveis dependendo da complexidade.

Geralmente, os exames variam conforme a idade, raça e o histórico de saúde do pet, que pode ser gato, cachorro, passarinho, galinha, cavalo, entre outros, e incluem exames físicos (anormalidades na pele, problemas dentários, dores nas articulações, etc), exames de sangue (anemia e diabetes) e urina (problemas renais ou metabólicos), testes de detecção de parasitas e de imagens, como radiografias e ultrassonografias, por exemplo. 

De acordo com Samanta Cardoso da Silva, médica veterinária da BeCare UTI Veterinária, é recomendado que os responsáveis pelo pet façam a vacinação regular e exames periódicos, em média, uma vez por ano, identificando de forma precoce possíveis doenças. “Desde o primeiro ano de vida do seu animal ele pode e deve passar por avaliação veterinária e exames laboratoriais. Com certeza, com o passar dos anos, esse controle deve ser mais intensificado, pois assim como nós, os animais chegam na fase geriátrica e devem ser acompanhados com maior frequência”.

Porém, em alguns momentos, a realização de exames laboratoriais são ainda mais necessários, como antecedendo procedimentos cirúrgicos, procedimentos invasivos ou situações em que o paciente necessita de sedação ou anestesia. “Ou também quando o animal apresenta alterações que gerem uma suspeita de alguma doença que não possa ser identificada no exame físico ou, até mesmo, quando já diagnosticada a enfermidade, como parte complementar para a escolha do tratamento ideal (medicações, condutas, etc)”, complementa a veterinária.

 

Vacinação regular mantém a saúde do pet. Foto: Pixabay


Samanta também explica que os laboratórios de análises tendem a trabalhar com exames de “check-up”, que facilitam a rotina clínica e identificam de forma eficaz problemas de saúde do pet. Os mais pedidos são hemograma, bioquímico, albumina, ALT, creatinina, uréia, glicose, entre outros. “Na rotina com pacientes mais críticos usa-se muito a hemogasometria que, além de mostrar os eletrólitos (como potássio, cálcio ionizado e sódio), nos mostra também as concentrações de gases no sangue, das proporções de oxigênio, além de auxiliar na avaliação de distúrbios do equilíbrio ácido-base”.

Como é a coleta de sangue em pets?

A coleta de sangue em animais de estimação é a hora mais temida pelos tutores. Geralmente, o procedimento é rápido e envolve o uso de agulhas e equipamentos específicos projetados para garantir a segurança e o conforto do animal, conforme afirma Samanta. “A coleta é um procedimento simples e rápido, geralmente feito por um veterinário experiente e um assistente. Na prática, é puncionada a veia jugular,  veia cefálica (no membro anterior) ou a veia femoral (na região da coxa), na qual temos agulhas de diversos tamanhos, geralmente de calibre fino, desde a agulha roxa, que é para animais PP, até a agulha cinza e verde que é para os de médio e grande porte”. 

Para realizar o procedimento, a FirstLab, fabricante brasileira de produtos para laboratório, possui uma variedade de materiais de alta qualidade para atender o público pet. Na coleta de sangue, a empresa oferece para clínicas e hospitais veterinários agulhas de diversos tamanhos, para animais pequenos, médios e grandes, além de torniquetes descartáveis, escalpes, seringas, tubos de coletas e lancetas. Também, em seu portfólio, a FirstLab apresenta outros produtos, como agitadores e centrífugas, coleta de fezes e urina, descartes, E.P.I, microbiologia, micropipetas e pipetas, microplacas e tubos, microscopia e histologia, ponteiras, urinálise, racks e estantes. 

"Na FirstLab estamos dedicados a proporcionar soluções que cuidam tanto da saúde humana quanto da saúde veterinária, garantindo sempre qualidade e segurança", explica a assessoria científica da FirstLab, Vitoria Repula. 

Fonte: https://portal.firstlab.ind.br/


quarta-feira, 9 de julho de 2025

Organizações de defesa animal comemoram aprovação de Projeto que proíbe testes de cosméticos em animais

Proposta segue para sanção do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, etapa final para virar lei no País


Petição online da Change.org Brasil teve mais de 1,6 milhão de assinaturas pedindo o fim da testagem em animais. Foto: Reprodução da Internet


A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta (09), o Projeto de Lei 3062/2022, que coloca fim à testagem de cosméticos em animais. Organizações como Change.org Brasil, Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Proteção Animal Mundial, Fórum Animal, Mercy for Animals e Humane World for Animals celebram a aprovação considerando uma vitória histórica fruto de esforço coletivo – envolvendo organizações da sociedade civil, entidades técnicas e setores da indústria comprometidos com a ciência ética e o progresso. 

Nos últimos dias, as organizações realizaram campanha de mobilização, com apoio de artistas, como Xuxa e Maitê Proença, para sensibilizar parlamentares sobre a proibição desta prática. Outra atividade, foi a entrega de petição online com mais de 1,6 milhão de assinaturas pedindo o fim da testagem em animais. 

Acreditamos que os parlamentares ouviram a voz do povo, que clama pelo fim desta crueldade contra os animais. Segundo o Datafolha, oito em cada dez brasileiros apoiam a proibição de venda de cosméticos testados em animais. É hora de mudar”, afirma Monica Souza, diretora da Change.org Brasil

O projeto foi inicialmente apresentado em 2013, era frágil e repleto de lacunas. Foram oito anos de debates somente no Senado Federal para chegar a um texto sólido, que não só proíbe os testes, mas também a comercialização de produtos cosméticos testados em animais.

O Brasil está a um passo de se juntar às nações que colocaram um fim definitivo a essa prática cruel e ultrapassada. Agora, aguardamos com grande expectativa a sanção presidencial. Estamos prontos para celebrar o fim dos testes em animais para cosméticos em nosso país”, celebra Antoniana Ottoni, especialista sênior de Relações Governamentais da Humane World for Animals.

Para a organização, a conquista histórica se deve à aprovação de um texto verdadeiramente robusto, que cumpre de forma efetiva o propósito de proibir todos os testes em animais para cosméticos no Brasil. 

A proibição dos testes cosméticos em animais representa um grande progresso para a causa animal no Brasil. A decisão estabelece um importante precedente e assim abre caminho para novos avanços, além de aproximar o Brasil dos países que estão na vanguarda da proteção animal”, afirma George Sturaro, diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas da Mercy For Animals no Brasil.

A aprovação deste Projeto de Lei representa um consenso entre a sociedade civil, a comunidade científica e a indústria de cosméticos. É um avanço significativo na defesa dos animais, que não serão mais submetidos à crueldade em nome da vaidade humana”, Ana Paula de Vasconcelos, do Fórum Animal.

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Exposição global denuncia os graves problemas da produção industrial de ovos

No Brasil, cerca de 90% das galinhas poedeiras passam toda a vida adulta confinadas em pequenas gaiolas


Sinergia Animal faz ação de conscientização pelas galinhas confinadas. Foto: Divulgação


A organização Sinergia Animal levou às ruas de São Paulo a maior exposição fotográfica já realizada sobre a produção de ovos de galinhas em gaiolas. A instalação visual contou com 37 banners, cada um com 2 metros de altura, formando um corredor que convidou os pedestres a uma experiência marcante. Cada banner exibiu uma imagem real e chocante de galinhas presas em gaiolas, captadas em 37 diferentes países ao redor do mundo.

Essa é a mais abrangente coleção global de imagens que documentam o sofrimento das galinhas poedeiras”, disse Carolina Galvani, diretora executiva internacional da Sinergia Animal. “É uma realidade chocante, mas necessária, e envia um recado claro às empresas de alimentos: as pessoas não querem crueldade escondida atrás da comida que consomem”. 

As fotos exibidas na instalação foram obtidas por membros da Open Wing Alliance, uma coalizão global que reúne mais de 90 organizações de proteção animal de diversos países. A Sinergia Animal contribuiu com imagens impactantes de vários locais. A exposição faz parte de uma campanha global pelo fim do uso das cruéis gaiolas em bateria, que confinam galinhas em espaços menores do que uma folha de papel.

Durante a exposição, os ativistas da Sinergia ofereceram fones de ouvido com um áudio narrativo descrevendo o que acontece com os animais nas gaiolas. A organização espera usar essa importante exposição para lançar luz sobre uma realidade cruel ligada a um alimento que muitos consumidores raramente param para refletir.

Uma iniciativa global contra promessas não cumpridas

No Brasil, cerca de 90% de todas as galinhas poedeiras passam toda a vida adulta confinadas em pequenas gaiolas onde mal conseguem caminhar ou abrir completamente as asas. Essa prática é considerada uma das formas mais cruéis de exploração animal da atualidade.

Mais de 2.000 empresas em todo o mundo já assumiram compromissos para adotar sistemas livres de gaiolas em suas cadeias de fornecimento, graças ao trabalho da Open Wing Alliance. No entanto, grandes empresas como o grupo hoteleiro Marriott International— dona das redes Renaissance,  Sheraton e Westin— estão ficando para trás em suas promessas, falhando em cumprir prazos ou em divulgar publicamente a conclusão de seus processos de transição.

Não podemos permitir promessas vazias,” afirmou Carolina da Sinergia Animal. “As empresas devem ser responsabilizadas. Cada ano de atraso representa milhões de galinhas presas em confinamento extremo. Essa é uma questão urgente de responsabilidade corporativa e de bem-estar animal”.

Vídeos das granjas de ovos disponíveis aqui: https://investigations.openwingalliance.org/realcostofeggs/ 

Sobre a Sinergia Animal:
A Sinergia Animal é uma organização internacional de proteção animal que atua no Sul Global para acabar com as piores formas de crueldade animal nos sistemas alimentares. A organização é membro da Open Wing Alliance, uma coalizão dedicada a acabar com o uso de gaiolas para galinhas poedeiras em todo o mundo.