sábado, 9 de agosto de 2025

Wanessa Camargo fala sobre veganismo, família, Big Brother e espiritualidade no programa Zona V, confira o vídeo

A cantora participou do programa Zona V e compartilhou experiências veganas, falou sobre sua participação no Big Brother Brasil e refletiu sobre sua trajetória pessoal e familiar



A cantora Wanessa Camargo, participou do programa Zona Vapresentado por Ricardo Laurino, vice-presidente da Sociedade Vegetariana Brasileira e comentou sobre a recepção de sua escolha alimentar pela família, mencionando que, no início, consideravam o veganismo uma fase passageira. Wanessa relatou que seu pai, Zezé Di Camargo, embora não vegano, resgata cachorros e não suporta presenciar o sofrimento de animais. Ela também lembrou de um episódio, antes de se tornar vegana, de conflito entre os dois após a morte de um rato na fazenda da família. Segundo Wanessa, Zezé contribui com causas voltadas à proteção animal e que ele a alertou sobre práticas da indústria de foie gras, produto que ela consumia anteriormente.

Na entrevista, a artista abordou os desafios alimentares enfrentados durante sua participação no reality show Big Brother Brasil. Relatou episódios de mal-estar e fome pela escassez de opções veganas no programa. De acordo com ela, os demais participantes consumiam as poucas opções disponíveis, como pastéis, o que dificultava sua alimentação. Wanessa contou que recorria ao feijão como principal fonte de proteína e fazia trocas de alimentos com outros participantes para manter sua dieta.


Wanessa comentou ainda sobre os impactos do veganismo em sua vida espiritual e emocional. Falou sobre a mudança de percepção em relação aos cavalos e recordou que parou de comer carne de porco após presenciar o abate de um animal na fazenda do pai. Ela mencionou a energia dos animais no momento da morte e o estresse vivenciado pelos trabalhadores da indústria da carne como pontos de reflexão importantes.


A entrevista também abordou questões de saúde e alimentação. Wanessa compartilhou como era sua dieta antes da transição alimentar, mencionando indulgências e problemas de saúde. Disse que seu namorado, Dado Dolabella, teve papel importante no processo, preparando pratos variados, incluindo queijos veganos. Ela afirmou que seus exames estão em dia e destacou o colesterol baixo, comparando os índices ao de uma criança de 8 anos, embora admita consumir alimentos industrializados com frequência.


O programa também discutiu o crescimento do interesse por dietas à base de vegetais no Brasil. Dados do Instituto Datafolha apontam que cerca de 74% da população brasileira deseja reduzir o consumo de carne e 7% já se consideram vegetarianos. A participação de figuras públicas como Wanessa no debate sobre alimentação e ética animal contribui para ampliar a visibilidade do tema.

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Confira o vídeo:


O episódio com Wanessa Camargo foi ao ar nesta terça-feira no canal Zona V, apresentado por Ricardo Laurino e pode ser assistido no link: https://www.youtube.com/live/8Gw_tNgmYJ0?si=tRGuKz40G79jUsFI



quinta-feira, 7 de agosto de 2025

Dia Internacional do Gato: Você conhece o seu gato?

Para comemorar a data, festejada no dia 8 de agosto, a ROYAL CANIN® ajuda a decifrar os mistérios que cercam os felinos


Gatos mantêm comportamentos ligados ao instinto de caça. Foto: Pixabay


Observadores, seletivos e independentes, os gatos conquistam tutores ao redor do mundo com seu comportamento único. Sua trajetória ao lado dos humanos começou há milhares de anos e foi marcada por diferentes simbolismos culturais, avanços na domesticação e descobertas científicas. Ainda assim, muitos de seus traços seguem despertando fascínio.

As características fisiológicas e comportamentais únicas dos gatos influenciam diretamente a forma como se alimentam, interagem com o ambiente e se relacionam com os humanos. Quanto mais os tutores compreendem esses aspectos, mais preparados estarão para oferecer os cuidados necessários ao longo de toda a vida dos pets”, explica Priscila Rizelo, Médica-Veterinária e Gerente de Comunicação e Assuntos Científicos da Royal Canin Brasil.

Para celebrar a data, a ROYAL CANIN®, marca que oferece Saúde Através da Nutrição para gatos e cães e comprometida com o bem-estar animal, reuniu uma série de fatos interessantes que contribuem para uma melhor compreensão dos felinos. Confira!

Origem

O gato doméstico (Felis catus) descende do Felis lybica, felino selvagem que habitava regiões desérticas do norte da África e do sudoeste da Ásia. A convivência com os humanos teve início de forma gradual, favorecida pela habilidade desses animais em controlar roedores nos assentamentos. A adaptação a ambientes áridos também explica a baixa ingestão espontânea de água. Esse comportamento é herdado de seus ancestrais, que obtinham grande parte da hidratação por meio dos alimentos. Embora hoje os gatos vivam em ambientes totalmente diferentes de seus habitats de origem, é fundamental estimular o consumo hídrico por meio da oferta de alimentos úmidos e de diferentes fontes de água acessíveis ao longo do dia.


Seu paladar é altamente específico e adaptado às particularidades da espécie. Foto: Divulgação 


Paladar seletivo, ausência de percepção doce e olfato apurado

Seu paladar é altamente específico e adaptado às particularidades da espécie. Os gatos possuem um número reduzido de papilas gustativas e não têm receptores para o sabor doce, sendo biologicamente incapazes de percebê-lo. Além disso, têm o olfato bastante desenvolvido e utilizam principalmente esse sentido para avaliar se um alimento é atrativo ou não. Essas características influenciam diretamente suas preferências alimentares e reforçam a importância de oferecer alimentos formulados especialmente para atender tanto às suas necessidades nutricionais quanto sensoriais.

Longos períodos de sono

Gatos costumam dormir entre 12 e 16 horas por dia, podendo chegar a até 20 horas em certas fases da vida. Esse comportamento está ligado à conservação de energia e ao padrão natural de atividade, mais intenso ao amanhecer e ao entardecer — momentos em que suas presas costumavam estar mais ativas na natureza. O hábito também é herdado de seus ancestrais caçadores, que alternavam repouso e vigília com estratégia e eficiência. Por isso, o descanso prolongado é parte natural da rotina felina.

Vibrissas como ferramentas sensoriais

Os bigodes dos gatos, chamados de vibrissas, estão presentes não só nas laterais do focinho, mas também acima dos olhos, nas bochechas e nas patas dianteiras. Altamente sensíveis, essas estruturas funcionam como sensores táteis e ajudam o animal a perceber variações sutis no ambiente, como correntes de ar, obstáculos e espaços estreitos. Também contribuem para a orientação e o equilíbrio, mesmo em locais pouco iluminados.


Ronronar também pode ocorrer em situações de dor, medo ou estresse. Foto: Reprodução da Internet

Ronronar nem sempre indica prazer

Embora frequentemente associado ao bem-estar, o ronronar também pode ocorrer em situações de dor, medo ou estresse. Trata-se de um comportamento com diferentes funções, que pode ter efeito calmante e auxiliar na autorregulação emocional. Observar o contexto em que o ronronar acontece é essencial para compreender o estado emocional do animal e oferecer os cuidados apropriados.

Visão adaptada à baixa luminosidade

Seus olhos contam com uma estrutura chamada tapetum lucidum, que reflete a luz e amplia a capacidade de enxergar em ambientes com pouca iluminação. Isso os torna mais ativos ao entardecer e durante a noite. Sua visão periférica também é mais ampla do que a dos humanos, o que favorece a detecção de movimentos ao redor. Essa habilidade é especialmente importante para a caça.

Visão adaptada à baixa luminosidade

Seus olhos contam com uma estrutura chamada tapetum lucidum, que reflete a luz e amplia a capacidade de enxergar em ambientes com pouca iluminação. Isso os torna mais ativos ao entardecer e durante a noite. Sua visão periférica também é mais ampla do que a dos humanos, o que favorece a detecção de movimentos ao redor. Essa habilidade é especialmente importante para a caça.

Comunicação olfativa avançada

O olfato é um dos sentidos mais desenvolvidos dos gatos e exerce papel fundamental na forma como se relacionam com o mundo. Além de odores comuns, eles captam feromônios, substâncias químicas utilizadas na comunicação entre indivíduos da mesma espécie. Essas informações são processadas por um órgão especializado chamado órgão de Jacobson, ou vomeronasal, ativado durante a expressão conhecida como flehmen, quando permanecem com a boca entreaberta após cheirar algo intensamente.


Gatos ajustam seu comportamento à convivência doméstica. Foto: Pixabay 

Miado é voltado à comunicação com humanos

Ao contrário do que muitos imaginam, gatos adultos quase não miam entre si. O miado é uma vocalização direcionada principalmente aos humanos, usada para expressar desejos, chamar atenção ou manifestar desconforto. Entre si, eles se comunicam por meio de sinais corporais, posturas, expressões faciais, vocalizações específicas como rosnados e silvos, além de marcas olfativas. Essa adaptação demonstra a inteligência e a capacidade da espécie de ajustar seu comportamento à convivência doméstica.

Organização territorial estruturada

Os felinos dividem seu ambiente em zonas específicas para atividades como alimentação, descanso, eliminação e brincadeiras. Essa setorização é instintiva e essencial para o bem-estar emocional, pois permite que o gato se sinta seguro e no controle do seu território. Mudanças bruscas ou desestruturação desses espaços podem gerar estresse. Por isso, é fundamental respeitar seu território e manter rotinas previsíveis.

Instinto de caça preservado

Mesmo bem adaptados à vida doméstica, os gatos mantêm comportamentos ligados ao instinto de caça. Perseguir, agarrar e capturar objetos durante brincadeiras são formas naturais de expressão desse comportamento. Estimular essas atividades com brinquedos interativos promove saúde física, equilíbrio emocional e fortalece o vínculo com o tutor.

Apesar de todas as evoluções e mudanças às quais foram submetidos, o instinto de caça e as necessidades naturais dos gatos permanecem intactos. Conhecê-los, compreendê-los e respeitá-los é essencial para assegurar seu bem-estar.

Entendemos que é responsabilidade dos tutores adaptar o ambiente e até mesmo seu próprio comportamento às necessidades dos pets. Não apenas para promover bem-estar e uma boa convivência, mas também para prevenir problemas comportamentais e impactos negativos na saúde a longo prazo. A missão da ROYAL CANIN® vai além de desenvolver e fornecer uma nutrição adaptada a cada animal — é também compartilhar conhecimento e torná-lo acessível para o maior número possível de pessoas”, complementa Priscila.

Fonte: ROYAL CANIN®


quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Mitos e verdades sobre os petiscos para pets

Descubra por que os snacks podem (e devem) fazer parte da rotina dos cães e gatos com equilíbrio e muito mais bem-estar


O tema ainda gera dúvidas em muitos tutores, mas a chave é o equilíbrio. Foto: Divulgação


Durante muito tempo, os petiscos foram vistos apenas como pequenos agrados, , oferecido sem maiores pretensões além de agradar o paladar dos pets. Mas esse olhar vem mudando – e com razão. Com a evolução do mercado de pet food, o aumento na variedade de produtos e a valorização do bem-estar animal, os snacks passaram a ocupar um papel mais estratégico na rotina de cães e gatos, sendo utilizados para momentos de carinho, recompensa, cuidado e interação com os nossos companheiros.

Porém, o tema ainda gera dúvidas em muitos tutores. Por isso, para auxiliar a desmistificar o assunto, a médica-veterinária e gerente de produtos da Pet Nutrition, Bruna Isabel Tanabe, listou alguns mitos e verdades sobre os snacks.

Verdade: Quando oferecidos com moderação e escolhidos com critério, os petiscos são benéficos

A chave é o equilíbrio. Os, snacks devem representar até 10% da ingestão calórica diária do animal. No entanto, é fundamental que a oferta de petiscos siga sempre a orientação do médico-veterinário, considerando a condição clínica e as necessidades específicas de cada pet. Atualmente, o mercado oferece opções com fórmulas funcionais que vão além do sabor. Existem, por exemplo, petiscos que contribuem para o cuidado oral, entre tantos outros benefícios.

Mito: Petiscos só servem como agrado

Além dos benefícios nutricionais, os petiscos também têm impacto comportamental. São ferramentas valiosas de reforço positivo: ao associar o snack a um comportamento desejado, como sentar, responder a comandos ou voltar para a caminha, o animal aprende de forma mais leve e motivada. Isso os torna aliados importantes no adestramento, na criação de novos hábitos e até mesmo em processos de socialização ou ambientação.

Verdade: Os snacks também são benéficos para os gatos

Os felinos, muitas vezes considerados mais seletivos, também se beneficiam dos petiscos. Quando utilizados de forma criativa – escondidos pela casa, dentro de brinquedos ou em momentos de desafio mental – os snacks estimulam os instintos naturais do gato, ajudam a combater o tédio e podem auxiliar o manejo em situações de estresse, como mudanças no ambiente ou visitas ao médico-veterinário. Além disso, os petiscos podem ser grandes aliados na criação de uma rotina de interação entre tutor e gato. Oferecê-los em momentos como a chegada ou saída de casa, ou incorporá-los a brincadeiras diárias, fortalece o vínculo afetivo, contribui para o bem-estar do felino e transforma a experiência em algo positivo para ambos.

Mito: Petiscos não têm impacto no relacionamento com os pets

Oferecer um snack não é apenas uma forma de agradar – é um gesto de conexão. É nesse pequeno momento que se fortalece o vínculo entre tutor e pet, criando experiências positivas que fazem diferença no bem-estar geral do animal. Quando utilizados com responsabilidade, os petiscos deixam de ser um simples snack e passam a ser uma extensão do cuidado, da atenção e do carinho.

Deixar os mitos para trás e enxergar os petiscos com uma nova perspectiva é essencial. Eles complementam o dia a dia com sabor, estímulo e afeto. E para os nossos amigos de quatro patas, isso se traduz em qualidade de vida”, afirma a profissional

Outro ponto que merece destaque quando o assunto são os petiscos é a personalização. Hoje existem snacks formulados para diferentes condições e fases da vida: filhotes em fase de crescimento, adultos ativos, idosos, ou até mesmo animais com dietas restritivas. Isso amplia ainda mais as possibilidades de uso e reforça que, com orientação veterinária, os petiscos podem e devem ser incluídos na rotina, respeitando sempre a condição clínica individual de cada pet

Fonte: https://www.petnutrition.com.br/


terça-feira, 5 de agosto de 2025

Vacinação evita a morte prematura de cães e gatos*

Doenças infecciosas são as que mais matam pets no Brasil, junto com câncer e traumatismo; médicos veterinários listam vacinas indispensáveis


Vacinar é um ato de amor e responsabilidade. Foto: Divulgação

As doenças infecciosas estão entre as principais causas da mortalidade de cães e gatos, especialmente filhotes ou adultos não vacinados. Entre os cães, a cinomose e a parvovirose são as mais comuns. Para os gatos, a grande vilã é a Felv (leucemia viral felina), mas há uma infinidade de outras doenças infecciosas e contagiosas que são preocupantes.

De acordo com a médica veterinária Ana Elisa Arruda Rocha, a forma mais eficaz de prevenção das doenças evitáveis são as vacinas. Associada aos cuidados veterinários adequados, a vacinação pode reduzir drasticamente a taxa de mortalidade dos pets.

Apesar dos avanços na medicina veterinária, milhares de cães e gatos ainda morrem anualmente no Brasil por doenças que poderiam ser prevenidas com a vacinação”, alerta a professora do curso de Medicina Veterinária do UniCuritiba.

A falta de informação dos responsáveis ou falta de acesso a cuidados básicos são agravantes. A parvovirose, altamente contagiosa e fatal para filhotes, é responsável por quase metade das mortes de cães não vacinados nos primeiros meses de vida.

Já a cinomose, outra doença grave, tem taxa de mortalidade ainda superior em casos não tratados. E mesmo com tratamento, muitos cães podem vir a óbito ou ficar com sequelas importantes.


Vacinar é mais seguro e menos oneroso. Foto: Divulgação


Entre os gatos, além da leucemia viral, a panleucopenia felina (conhecida como cinomose felina) também figura como uma ameaça silenciosa. "A vacinação é uma forma eficaz de prevenção de doenças. O problema é que negligenciam esse cuidado e só buscam ajuda quando o animal já está em estágio crítico”, comenta a professora.

Ela diz que a função preventiva da vacina acaba sendo de baixo custo quando comparada ao atendimento veterinário de suporte, caso o animal fique doente. “Nesses casos, além da consulta, serão necessários exames, medicamentos, internação e, em alguns casos, UTI veterinária. O tratamento pode ser longo, oneroso e sem garantias de sucesso”.

Campanhas públicas de vacinação gratuita contra a raiva, por exemplo, são comuns em algumas cidades, mas outras imunizações essenciais ficam de fora do radar de muitas famílias. “Apesar das dificuldades, vacinar será sempre mais seguro e menos oneroso”, afirma a médica veterinária e professora do UniCuritiba.

Os protocolos, continua Ana Elisa, devem ser individualizados, pois existem orientações que variam de acordo com idade, raça, espécie, estilo de vida e condição de saúde dos animais.

Para ajudar os responsáveis a organizarem o esquema vacinal de seus pets, o médico veterinário Luís Felipe Kühl, professor e responsável técnico da Clínica Escola de Medicina Veterinária do UniCuritiba, lista as vacinas indispensáveis para cães e gatos. “Vacinar é um gesto de amor e de responsabilidade”, diz.

Para cães

● Polivalente: conhecida popularmente como V8 ou V10, protege contra diversas doenças, incluindo cinomose, parvovirose, leptospirose, entre outras. Ela pode ser aplicada a partir dos 42 dias de vida e, geralmente, requer três a quatro doses, que devem ser completadas depois de quatro meses de idade. Após essa fase inicial, o reforço é anual. Também existe a vacina bivalente, que oferece proteção contra cinomose e parvovirose. Ela pode ser administrada a partir dos 28 dias de vida, ou seja, já na quarta semana de vida do filhote.

● Antirrábica: obrigatória em muitas regiões e situações. Deve ser aplicada em dose única a partir dos 4 meses de idade, com reforço anual para garantir a proteção contínua.

● Vacina contra o Complexo Respiratório Canino (Tosse dos Canis): recomendada para reforçar a imunidade contra doenças respiratórias. É especialmente indicada para cães que frequentam creches, hotéis, parques ou ambientes com grande circulação de animais.

Para Gatos

● Polivalente: é essencial para a prevenção de doenças comuns nos felinos e está disponível em diferentes versões: a V3 protege contra panleucopenia, rinotraqueíte e calicivirose; a V4 inclui também a clamidiose, e a V5 oferece proteção adicional contra a Leucemia Viral Felina (FeLV).

O protocolo vacinal deve ser iniciado ainda nos primeiros meses de vida, com a dose final aplicada após os quatro meses de idade e com o reforço anual. Além disso, existe uma vacina individual contra a Leucemia Viral Felina, que pode ser indicada conforme o estilo de vida e o risco de exposição do animal.

● Antirrábica: assim como em cães, é obrigatória e requer dose anual.

*Em caso de dúvidas, consulte um médico-veterinário de confiança.

Fonte: UniCuritiba 


segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Como voltar à rotina do pet após as férias?

Adaptação gradual ajuda os cães e gatos a superarem a mudança e retomarem o equilíbrio emocional


Ideal é retomar gradualmente a rotina anterior as férias. Foto: Divulgação


Após o período de férias, marcado por maior convivência, passeios e brincadeiras, o retorno à rotina pode ser um momento desafiador para muitos pets. A mudança brusca no ritmo e na presença do tutor pode desencadear sinais de estresse, ansiedade e alterações comportamentais, especialmente em animais mais sensíveis.

A médica-veterinária e gerente de produtos da Pet Nutrition, Bruna Isabel Tanabe, explica que essa transição precisa ser feita com cuidado e paciência. “Durante as férias, o pet se acostuma com uma rotina diferente, muitas vezes com mais estímulos e companhia. Quando o tutor retoma as atividades profissionais e escolares, o pet pode sentir-se solitário, o que pode levar a comportamentos de agitação ou apatia”, afirma.

Para minimizar os efeitos dessa mudança, o ideal é retomar gradualmente a rotina anterior as férias. Reestabelecer horários fixos para alimentação, passeios e descanso ajuda o pet a entender e aceitar a nova dinâmica familiar. Além disso, a oferta de enriquecimento ambiental é fundamental nesse momento. Brinquedos interativos, desafios alimentares e espaços seguros para explorar contribuem para manter o pet ocupado e reduzir a sensação de tédio.

O uso de petiscos como reforço positivo também é uma excelente estratégia. Eles podem ser oferecidos quando o pet demonstra comportamentos calmos ou se entretém sozinho, incentivando atitudes que favorecem sua adaptação”, sugere a profissional.

É importante que o tutor esteja atento a sinais de que o pet não está lidando bem com a mudança, como perda de apetite, alterações no sono, comportamento agressivo ou destrutivo. Nesses casos, pode ser necessário o suporte de um profissional especializado em comportamento animal.

Com afeto, paciência e as estratégias adequadas, o retorno à rotina pode ser tranquilo, preservando o bem-estar do pet e fortalecendo ainda mais o vínculo com o tutor. “Os pets são altamente adaptáveis, desde que sintam segurança e apoio. Cabe ao tutor facilitar essa transição, garantindo que o animal se sinta amado e protegido mesmo diante das mudanças”, finaliza Bruna.

Finte: Pet Nutrition


domingo, 3 de agosto de 2025

Zoonoses exigem atenção das famílias multiespécies e dos profissionais de saúde

Com o aumento da família multiespécie cresce também o desafio de conscientizar a população sobre cuidados preventivos, vacinação, higiene e visitas regulares ao médico-veterinário


Toxocaríase e ancilostomíase são verminoses comuns, causadas por parasitas intestinais de cães e gatos, com maior incidência em regiões de vulnerabilidade social e entre crianças. Foto: Freepik


A convivência próxima entre humanos e animais de estimação é uma realidade consolidada no Brasil, onde estatisticamente há 1,8 animal de estimação por residência, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) e do IBGE. Apesar dos pontos positivos dessa interação é essencial o alerta sobre a necessidade de conhecimento e prevenção de zoonoses, como leptospirose, esporotricose, febre maculosa e toxoplasmose.

Cada vez mais vivemos em famílias multiespécies, com vínculos afetivos profundos entre pessoas e animais. No entanto, essa proximidade impõe responsabilidades, especialmente quando falamos de zoonoses. A saúde dos pets está diretamente conectada à saúde dos humanos”, alerta a médica-veterinária e country manager da VetFamily no Brasil, Stella Grell. Dentre suas atuações, a maior comunidade global e nacional de médicos-veterinários busca fortalecer o conceito de Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre saúde humana, animal e ambiental. 


Vacinação periódica, controle de ecto e endoparasitas, manejo ambiental e visitas ao médico-veterinário são medidas preventivas para zoonoses. Foto: Freepik


Principais zoonoses 

Leptospirose
Transmitida pela bactéria Leptospira, a doença tem grande disseminação após chuvas intensas e alagamentos, sendo transmitida aos seres humanos pela urina de animais infectados, principalmente de roedores, que são capazes de carrear leptospiras patogênicas causadoras de infecção humana.

Os sintomas em humanos incluem febre, dores musculares, vômitos, icterícia e, em casos graves, podem causar insuficiência renal, hemorragias e até a morte. Em pets, os sinais são semelhantes, podendo evoluir rapidamente. A prevenção envolve vacinação, controle e higiene ambiental, descarte correto de resíduos e controle de roedores. 

Esporotricose
Causada por fungos do gênero Sporothrix encontrados em solo e vegetação em decomposição, pode ser transmitida por contato com o meio contaminado e, principalmente, por arranhões, mordidas ou secreções de gatos infectados, que são os principais reservatórios urbanos da doença. Ela atinge pele e mucosas e, em alguns casos, olhos, ossos, pulmões e até o sistema nervoso central.

No início de 2025, a esporotricose humana passou a fazer parte da Lista Nacional de Notificação Compulsória e deve ser registrada no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).

Raiva

Prevenida por meio de vacinação, a raiva está entre as mais graves zoonoses e é transmitida através da mordida de animais infectados, como cães, gatos, primatas e morcegos. A raiva é causada por um vírus que atinge o sistema nervoso central, com alta taxa de mortalidade após o surgimento dos primeiros sintomas. A forma mais eficaz de prevenção é a vacinação regular de cães e gatos e atenção a casos suspeitos em animais silvestres. Segundo dados do Ministério da Saúde e da Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), entre 2010 e 2025 foram registrados apenas 50 casos de raiva humana no Brasil, reforçando a importância de campanhas de imunização e vigilância epidemiológica.

Febre maculosa brasileira
É transmitida por carrapatos-estrela (Amblyomma cajennense) infectados pela bactéria Rickettsia rickettsii. Os sintomas da doença incluem febre alta, dores no corpo, manchas avermelhadas e mal-estar e pode ser fatal, se não tratada nas primeiras 48 a 72 horas. O controle de carrapatos, hospedeiros comuns de capivaras e cães, e a exposição cuidadosa a ambientes com potencial de risco são medidas essenciais.

Toxoplasmose
A doença é causada pelo protozoário Toxoplasma gondii e sua transmissão ocorre principalmente através da ingestão de alimentos contaminados como carnes malpassadas ou cruas, verduras e legumes não higienizados corretamente. Embora muitos casos sejam assintomáticos, pode ser grave em gestantes, com risco de aborto ou malformações fetais. A prevenção está diretamente ligada aos cuidados com a higiene alimentar: cozinhar bem as carnes, lavar corretamente frutas e vegetais e manter bons hábitos de preparo dos alimentos. Consultas veterinárias regulares também são importantes no controle da infecção em animais de estimação e o médico-veterinário tem um papel importante no processo de educação e informação em saúde.


Toxocaríase e ancilostomíase
São duas verminoses intestinais causadas por parasitas de cães e gatos, com maior incidência em regiões de vulnerabilidade social, especialmente entre crianças. A toxocaríase ocorre quando humanos, geralmente crianças, ingerem ovos do parasita presentes em solo ou areia contaminados com fezes de animais infectados. Já a ancilostomíase é adquirida pelo contato direto da pele com larvas presentes no solo contaminado, que penetram ativamente através da pele, principalmente ao andar descalço.

Leishmaniose visceral
Transmitida pela picada do mosquito-palha (Lutzomyia spp.) infectado pelo protozoário Leishmania infantum, agente causador da leishmaniose visceral no Brasil, a doença acomete cães e humanos, provocando sintomas como febre persistente, emagrecimento, aumento do baço e do fígado, podendo levar à morte, se não tratada.

Os cães não transmitem diretamente a doença, mas atuam como principais reservatórios para o mosquito vetor. Por isso, a prevenção é fundamental, tanto para a saúde humana quanto animal, e deve incluir uso de repelentes específicos nos cães, controle da população de vetores e cuidados ambientais, como evitar o acúmulo de matéria orgânica onde o mosquito possa se reproduzir.  


A saúde dos pets está diretamente conectada à saúde dos humanos_Imagem_Freepik


Prevenção é responsabilidade compartilhada

Boa parte das zoonoses pode ser prevenida com medidas simples, como vacinação periódica, controle de ecto e endoparasitas, manejo ambiental e visitas regulares ao médico-veterinário. Há no mercado soluções seguras e eficazes contra pulgas, carrapatos e vermes intestinais que contribuem com a prevenção”, explica Stella.

A abordagem integrada entre humanos, animais e meio ambiente é essencial para mitigar os impactos das zoonoses, inclusive aquelas que ainda podem emergir. “Prevenção e exames regulares são essenciais tanto para humanos como para animais. Check-ups veterinários devem ser feitos ao menos uma vez ao ano ou em intervalos menores para pets idosos ou com comorbidades. Médicos-veterinários não cuidam apenas de pets – cuidam da saúde coletiva”, finaliza Stella.

Fonte: VetFamily


quinta-feira, 24 de julho de 2025

Medicamentos de uso humano: um risco silencioso e potencialmente fatal para cães e gatos

Veterinária alerta para os perigos da automedicação e da exposição acidental de pets a fármacos desenvolvidos para humanos


Medicamentos manipulados consideram as necessidade individuais de cada pet, o peso, a espécie e a prescrição do médico-veterinário. Foto: Melvin Quaresma


Um simples comprimido deixado sobre a mesa ou uma pomada aplicada na pele sem o devido cuidado pode representar sérios riscos à saúde de cães e gatos. Muitos tutores, por desconhecimento ou na tentativa de agir rapidamente diante de um desconforto do animal, recorrem à automedicação utilizando princípios ativos indicados para seres humanos, sem compreender que, mesmo quando o fármaco é o mesmo, as doses, as vias de administração e os efeitos colaterais podem ser extremamente diferentes entre as espécies. Além disso, há substâncias que são seguras para nós, mas que causam intoxicações severas em pets, mesmo em quantidades mínimas.

Medicamentos comuns, riscos imensos

Entre os medicamentos que lideram os casos de intoxicação acidental em animais de estimação, analgésicos e anti-inflamatórios de uso humano estão entre os mais perigosos. Substâncias como paracetamolibuprofenodiclofenaco e ácido acetilsalicílico (aspirina), tão presentes nos lares brasileiros, podem causar desde danos gastrointestinais até falência hepática ou renal em cães e gatos.

No caso do paracetamol, por exemplo, basta uma dose considerada segura para um ser humano adulto para provocar necrose hepática grave e alterações hematológicas severas, principalmente nos gatos, que são extremamente sensíveis a essa substância”, explica a médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade.

Outro grupo preocupante é o dos antidepressivos e ansiolíticos, como fluoxetina, sertralina, diazepam e clonazepam. Apesar de alguns desses princípios ativos serem utilizados em tratamentos veterinários, o uso sem prescrição e, principalmente, com dosagens inadequadas pode desencadear reações adversas graves, como alterações neurológicas, convulsões, arritmias e até coma.

O mesmo vale para antibióticos de uso humano, como a amoxicilina com clavulanato ou a ciprofloxacina, que, embora usados em tratamentos veterinários, precisam ser prescritos com base no peso, na espécie e na condição clínica do animal. "Não é apenas a substância em si, mas a dose exata e a forma de administração que definem a segurança e a eficácia de um medicamento. A bula destinada a humanos jamais pode ser utilizada como referência para um pet", reforça Farah.


Medicamentos de uso tópico ou dermatológico também podem causar intoxicação nos animais de estimação. Foto: Edjane Madza


Aparentemente inofensivos 

Além dos medicamentos tradicionais, outro grupo que merece atenção especial é o dos suplementos, vitaminas e nutracêuticos de uso humano. Por terem uma imagem associada à promoção da saúde, muitos tutores acreditam que a administração seja segura ou até benéfica para os animais de estimação — o que pode ser um equívoco perigoso.

O grande problema está, mais uma vez, na diferença metabólica entre humanos e animais. A vitamina D, por exemplo, é essencial para a regulação do cálcio e do fósforo no organismo, mas, quando administrada em doses acima do necessário — o que pode ocorrer facilmente com produtos de uso humano — pode provocar hipercalcemia, levando à calcificação de órgãos, insuficiência renal aguda e até à morte do animal.

Já a vitamina A, se fornecida de forma crônica e em doses elevadas, pode causar dores articulares, letargia, perda de apetite e alterações ósseas, especialmente em gatos. O excesso de ferro pode gerar lesões gastrointestinais e hepáticas severas, e o zinco, comum em pastilhas e cápsulas para imunidade em humanos, quando ingerido por cães e gatos, pode provocar vômitos, diarreia, anemia hemolítica e outros distúrbios graves.

O erro de pensar que o que faz bem para humanos fará bem para pets é um dos principais fatores por trás das intoxicações por vitaminas e suplementos. A farmacocinética e as necessidades fisiológicas dos animais são diferentes e qualquer adição deve ser prescrita por um médico-veterinário”, alerta Farah.

Os nutracêuticos — compostos naturais utilizados para prevenir ou tratar doenças, como ômega 3, condroitina, glucosamina, probióticos, colágeno e fitoterápicos — também têm sido cada vez mais populares entre os tutores. No entanto, quando comprados em farmácias convencionais e destinados ao consumo humano, não possuem dosagem adequada para animais e, muitas vezes, contêm excipientes, corantes, adoçantes ou conservantes que são tóxicos para os pets, como o xilitol, adoçante comum em suplementos mastigáveis, mas que em cães pode causar uma queda abrupta de glicose no sangue, levando a convulsões, coma e morte.

Da mesma forma, a melatonina, muito utilizada por humanos para indução do sono e regulação do ritmo circadiano, tem sido usada em animais em casos de ansiedade, distúrbios hormonais ou queda de pelos. Porém, a dose segura para animais é muito inferior àquela encontrada nos comprimidos disponíveis no mercado humano, além de exigir pureza farmacêutica e ausência de substâncias aditivas.

Perigos que vão além da ingestão

A intoxicação medicamentosa em pets não ocorre apenas pela ingestão oral. Medicamentos de uso tópico ou dermatológico, como minoxidil (indicado para tratamento de alopecia em humanos), representam um risco silencioso, mas letal, especialmente quando aplicados em regiões que o animal possa lamber ou com as quais possa entrar em contato direto. Apenas a exposição cutânea já pode provocar efeitos colaterais severos, como taquicardia, hipotensão, prostração e, em casos extremos, óbito.

Outros medicamentos hormonais de uso tópico, como estrógenos e testosterona em gel, também oferecem riscos quando absorvidos acidentalmente pela pele ou lambedura. O acúmulo dessas substâncias no organismo do animal pode interferir no sistema endócrino, provocar alterações comportamentais e até distúrbios reprodutivos.


Analgésicos e anti-inflamatórios de uso humano estão entre os medicamentos que lideram os casos de intoxicação acidental em animais de estimação: Foto: Edjane Madza


Medicação segura só com prescrição veterinária

Dados da pesquisa Radar Pet 2023, realizada pela Comissão de Animais de Companhia (Comac), do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), apontam que ao perceber que o pet não está normal, 37% dos entrevistados prefere observá-lo por três dias, 35% leva diretamente ao veterinário e 22% entra em contato com o veterinário. No entanto, o índice de pessoas que buscam outros meios é preocupante: 22% pedem orientação a conhecidos, 19% medicam por conta própria e 9% procuram informações na internet.

A automedicação é sempre contraindicada, mesmo quando o tutor já tenha ouvido falar de determinado medicamento sendo usado em pets ou quando o animal já tenha usado anteriormente em outro tratamento. Cada caso exige uma avaliação criteriosa, e somente o médico-veterinário pode indicar a substância correta, a dose exata e o tempo de tratamento adequado.

Ainda que alguns princípios ativos possam ser compartilhados entre humanos e animais, como antibióticos ou ansiolíticos, isso não significa que a apresentação, a posologia e a forma de administração sejam as mesmas. Utilizar medicamentos humanos sem ajuste específico é um risco que nenhum tutor deveria correr”, afirma Farah.

Medicamentos manipulados exclusivamente para pets

A escolha por medicamentos manipulados para uso veterinário oferece não apenas mais segurança, mas também maior adesão ao tratamento. Na DrogaVET, cada formulação é desenvolvida de acordo com a prescrição do médico-veterinário, considerando o peso, a espécie, a condição clínica e as necessidades individuais de cada pet, o que garante precisão no tratamento e reduz risco de intoxicação.

Outro diferencial importante da manipulação veterinária é a possibilidade de personalização das formas farmacêuticas. A DrogaVET oferece soluções como biscoitos, pastas orais, molhos e caldas flavorizadas com sabores como leite condensado, frango, carne, picanha ou atum. Essas opções facilitam a administração, reduzem o estresse do tutor e do animal e contribuem para a continuidade do tratamento de forma mais eficaz.

Um pet medicado corretamente tem mais chances de se recuperar, e um tutor orientado faz toda a diferença nesse processo. Por isso, sempre recomendamos que a primeira atitude, diante de qualquer alteração no comportamento ou no estado de saúde do animal, seja procurar um profissional habilitado”, finaliza Farah.

Fonte: www.drogavet.com.br


terça-feira, 22 de julho de 2025

Artigo: Os filhos estão sendo substituídos por pets?

Por Juliana Sato*


Psicóloga Juliana discorre sobre famílias multiespécies. Foto Divulgação

Essa pergunta parece simples, mas carrega um peso simbólico enorme. Aparece nas manchetes, entrevistas, mesas de jantar e discussões acaloradas nas redes sociais, quase sempre com um tom acusatório, como se amar um pet fosse sinal de desvio, carência ou fuga de responsabilidade.

Mas será mesmo que essa é a leitura mais justa? A pergunta parte de um lugar que já define o afeto como uma escolha única, com formato padrão e hierarquias rígidas. Filhos humanos no topo. Relações “verdadeiras” de um lado, e vínculos “substitutos” de outro. Como se o valor do afeto dependesse da espécie.

Só que os afetos não funcionam assim... A relação com o pet não está necessariamente ocupando o lugar de um filho. Ela ocupa o lugar que a própria pessoa construiu, e que faz sentido dentro do seu contexto de vida. Às vezes, esse vínculo é o mais estável, mais previsível e mais acessível que ela tem. E isso não a diminui. Pelo contrário: revela o quanto ela é capaz de amar, cuidar e se comprometer, ainda que o outro tenha quatro patas.

O que estamos vendo é uma reorganização das prioridades. Em um mundo acelerado, caro, polarizado e exaustivo, muita gente tem repensado o que é “família”, o que é “legado”, o que é “cuidado”. Isso não é sintoma. É um movimento social. E, como todo movimento social, tem causas, nem sempre visíveis à primeira vista.

Falar que “as pessoas agora preferem ter um cachorro a ter filhos” pode parecer provocador, mas é raso. O que precisa ser analisado é o que está por trás dessa preferência: o custo da parentalidade, a sobrecarga das mulheres, a precariedade da rede de apoio, o medo de repetir traumas familiares, a busca por autonomia, a recusa em seguir um modelo de vida pronto, que muitas vezes adoece mais do que realiza.

Isso sem contar que a lógica da substituição é equivocada. Porque ninguém substitui ninguém. Os vínculos que formamos não são peças de reposição. São construções afetivas que emergem de escolhas, valores, vivências e necessidades, conscientes ou não.

Sim, há excessos. Em alguns casos, o animal é hiperprotegido, humanizado ao extremo, instrumentalizado como válvula emocional. Mas esses casos não podem ser generalizados. Nem usados como argumento para desqualificar uma realidade cada vez mais presente: os pets fazem parte da vida afetiva e simbólica das pessoas. E isso merece respeito.

Mais do que criticar essa mudança, talvez devêssemos perguntar: o que esse fenômeno está revelando sobre os vínculos humanos? O que ele nos ensina sobre presença, cuidado e responsabilidade? E, principalmente: por que ainda incomoda tanto ver alguém construindo uma vida significativa fora dos moldes tradicionais?

A verdade é que não existe um único jeito certo de viver o afeto. Alguns terão filhos. Outros terão pets. Alguns terão os dois. Há quem opte por nenhum. E está tudo bem. Não se trata de substituir. Trata-se de escolher com quem você quer dividir sua presença, seu tempo e seu afeto, sem que isso precise ser validado por padrões antigos ou julgamentos externos.

Talvez, no fundo, essa pergunta diga menos sobre quem tem pet… e mais sobre quem ainda não consegue aceitar que o mundo está mudando. E que amar também mudou de forma.

* Juliana Sato é psicóloga especializada em luto pet, certificada pela Association for Pet Lost and Bereavement, dos Estados Unidos.


Obesidade pet: como evitar e manter o animal no peso ideal?

Prevenção e controle do excesso de peso são fundamentais para a saúde e bem-estar dos cães e gatos


O excesso de peso em pets está relacionado a uma série de fatores. Foto: Divulgação


A obesidade é uma das doenças nutricionais que mais cresce entre cães e gatos. Dados recentes indicam que até 50% dos pets podem estar acima do peso ideal, uma condição que afeta não apenas a aparência física, mas também a saúde e a qualidade de vida.

Segundo a médica-veterinária e gerente de produtos da Pet Nutrition, Bruna Isabel Tanabe, muitos tutores não percebem que o pet está obeso, principalmente quando o ganho de peso ocorre de forma gradual. “É muito comum que o tutor só perceba quando surgem dificuldades de locomoção ou problemas de saúde associados, como doenças articulares e cardiovasculares. Por isso, é fundamental realizar avaliações periódicas e observar mudanças no corpo do animal”, explica.

O excesso de peso em pets está relacionado a uma série de fatores, como alimentação inadequada, sedentarismo, predisposição genética e alterações hormonais, como hipotireoidismo. Além disso, a castração, embora benéfica em diversos aspectos, pode reduzir o metabolismo do animal, favorecendo o ganho de peso caso não haja ajustes na dieta e no nível de atividade física.

Manter o pet no peso ideal começa com uma alimentação equilibrada, baseada em rações de qualidade, indicadas para a fase de vida e o porte do animal. A quantidade deve ser rigorosamente controlada, de preferência seguindo as orientações do
médico-veterinário.  Nesse contexto, é importante ressaltar que os petiscos, muitas vezes vistos com receio pelos tutores preocupados com o sobrepeso, podem ser incorporados de forma estratégica e positiva à rotina alimentar do pet.

Os petiscos, quando oferecidos com moderação, são importantes aliados. Atualmente, existem diversas opções formuladas com ingredientes de alta qualidade, baixo teor calórico e benefícios funcionais, como apoio ao cuidado oral, evitando a formação de tártaro e placa bacteriana.

A médica-veterinária reforça: “Os petiscos são excelentes ferramentas de estímulo, recompensa e até de enriquecimento ambiental. O importante é que sejam oferecidos com consciência e que representem, no máximo, 10% do total de calorias diárias do pet".

Além de proporcionarem prazer e fortalecerem o vínculo entre tutor e pet, os snacks são úteis em treinamentos e brincadeiras, contribuindo para o estímulo físico e mental, aspectos fundamentais para evitar o sedentarismo e, consequentemente, o ganho de peso. “Não é preciso excluir os petiscos da rotina, mas sim escolher o mais adequado a condição do animal e usar com sabedoria, sempre respeitando as necessidades nutricionais de cada animal”, orienta Bruna.

Além da alimentação, a prática regular de atividades físicas é indispensável. Caminhadas, brincadeiras ao ar livre, natação e até esportes específicos, como o agility, são excelentes para manter o pet ativo e saudável. Mesmo os gatos, que costumam ser mais sedentários, devem ser estimulados a se movimentar com brinquedos e arranhadores, como forma de enriquecimento ambiental

Prevenir a obesidade é sempre mais fácil do que tratar suas consequências. Uma vez que o animal está obeso, o emagrecimento deve ser conduzido com acompanhamento veterinário, respeitando as necessidades e limitações de cada pet. “Dietas muito restritivas ou exercícios intensos podem ser prejudiciais. O ideal é um programa gradual e seguro de redução de peso", orienta Bruna.

Com cuidados adequados, é possível garantir que o pet mantenha um peso saudável, preservando sua qualidade de vida, mobilidade e longevidade.

Fonte: www.petnutrition.com.br


quinta-feira, 17 de julho de 2025

Sophia Abrahão e Sérgio Malheiros se despedem da cachorrinha Lady e emocionam com relato nas redes sociais

Psicóloga especialista em luto, Natália Aguilar explica por que a perda de um animal de estimação pode ser tão dolorosa quanto a de um familiar


Atores lamentam a perda da cadelinha Lady. Foto: Reprodução das redes sociais


A atriz Sophia Abrahão comoveu os seguidores ao compartilhar uma homenagem à sua cachorrinha Lady, que faleceu recentemente. Ao lado do ator Sérgio Malheiros, ela expressou o impacto da perda: “Foi tudo como deveria ser. Sem sofrimento, apenas um dia internada e sendo impecável e forte até o fim. A gente te ama demais… Sua falta é devastadora em casa”.

O desabafo, publicado nas redes sociais, reacende um tema delicado e pouco debatido: o luto por animais de estimação. Para a psicóloga Natália Aguilar, especialista em luto, essa dor é legítima e precisa ser acolhida com sensibilidade. “O vínculo com um pet é uma relação de amor puro, presença constante e apoio emocional. Quando um animal parte, o impacto pode ser tão intenso quanto a perda de um ente querido”, explica.

Ainda segundo a psicóloga, um dos maiores desafios enfrentados por quem vive esse tipo de luto é a falta de acolhimento social. “Muitas pessoas ouvem frases como ‘era só um cachorro’ ou ‘compra outro’, o que pode gerar ainda mais sofrimento. Validar essa dor é essencial para a elaboração saudável do luto”, completa.

Dica de leitura: um livro para acolher crianças e adultos

Para ajudar a lidar com a perda de um animal, a atriz e risoterapeuta Gabriela Roncatti lançou o livro "Di, o cachorro pula-pula", inspirado em sua vivência com seu cãozinho Di. A obra conta de forma leve, sensível e divertida a história de um cachorrinho cheio de energia que, após partir, “virou estrelinha”.

O Di me ensinou sobre amor e alegria. Quando ele se foi, nasceu o desejo de transformar essa dor em carinho, em história, em presença. Esse livro é uma homenagem a ele e a todos os amigos que estão morando com ele na estrelinha mais linda do universo”, conta Gabriela.

O livro é publicado pela Casa Editorial e está disponível em versão impressa e em audiobook, com narração da própria autora no Spotify. Apesar de ser uma obra voltada para o público infantil, sua linguagem acolhedora também toca profundamente os adultos. “É um livro para famílias que perderam seus bichinhos e querem falar sobre isso com as crianças de forma amorosa. Mas é, principalmente, um livro sobre amor que continua, mesmo depois da partida”, afirma a autora.

Na dedicatória, Gabriela Roncatti escreve: “O Di dedica este livro a todos os seus amigos que estão morando com ele na estrelinha mais linda deste universo… um céu que é puro amor cheio de biscoito”.


Socialização felina: como o cuidado emocional transforma a vida de gatos resgatados e aumenta as chances de adoção

Histórias como as das gatinhas Brenda e Denise mostram que escuta, paciência e respeito ao tempo do animal fazem toda a diferença


Gatinha Brenda foi amor à primeira vista. Foto: Divulgação


A adoção da gatinha Brenda foi amor à primeira vista. Jaqueline Rufino, cientista de dados, buscava uma gata preta e adulta quando conheceu a ONG Confraria dos Miados e Latidos, que descrevia a gatinha como “tímida e medrosa”. Experiente com felinos, já no 15º gato, Jaqueline sabia o que esperar. “Se ele (o gato) é tímido, ele é tímido e ponto final”. Mas a tutora se surpreendeu. No primeiro dia que fomos para casa, em vez de se esconder, explorou o novo quarto, aprendeu a abrir a porta e tomou conta da casa: “Introdução? Não teve, ela tomou conta da casa como se tivesse nascido aqui”.

Apesar do início destemido, a socialização exigiu respeito e paciência. “Foi complicado andar pela casa com ela, já que ela realmente é medrosa e tem uma grande dificuldade em dividir o espaço com a gente, então eu dei espaço pra ela. Até hoje ela foge quando a gente tá atravessando o corredor e não fica no colo mais que 30 segundos, mas eu escolhi esperar ela. Seguimos todos os conselhos da ONG e demos todos os petiscos que ela quis”, conta. Hoje, mesmo sem gostar de colo, Brenda mia pedindo carinho, “amassa pãozinho” nas cobertas e já brinca com os outros gatos da casa. “Eu diria que o maior conselho é amor, carinho e respeito. Respeitar o espaço do gatinho e esperar o tempo deles é o melhor conselho, mas também recomendo churu e petiscos!”.

Um outro exemplo é a gatinha Denise. Chegou ao abrigo da ONG extremamente arisca e se escondia ao menor sinal de aproximação. Com o trabalho de socialização, o apoio de uma veterinária comportamentalista e o respeito ao seu ritmo, ela passou a aceitar carinhos na cabeça — ainda com reservas, mas demonstrando bem-estar e segurança. A expectativa é que, em breve, ela encontre um lar que compreenda e acolha sua personalidade.

Segundo a Confraria dos Miados e Latidos, o trabalho de socialização aumenta significativamente as chances de adoção. Por isso, o acolhimento na ONG inclui cuidados veterinários e suporte emocional. "Entendemos que um animal saudável é aquele que vive bem no corpo e na mente. E muitos dos nossos gatinhos hoje carinhosos e confiantes já foram, um dia, tímidos e inseguros”, afirma Laís Piccolo, coordenadora de Adoções da ONG Confraria dos Miados e Latidos. 

Processo de socialização pode levar mais de 3 meses

Nem todo gato resgatado está pronto para o colo. Muitos chegam aos abrigos assustados, com sinais de traumas e precisam de um processo cuidadoso e contínuo de socialização para voltarem a confiar em humanos. Esse histórico pode gerar dificuldades para se socializar mesmo em ambientes seguros. Na ONG Confraria dos Miados e Latidos, que hoje acolhe mais de 50 gatos tímidos ou temperamentais, esse trabalho vai além do cuidado físico, envolve escuta, paciência e um olhar atento para a linguagem corporal dos felinos.

Segundo a médica veterinária e especialista em comportamento felino que atua voluntariamente na socialização dos gatos da ONG, Débora Paulino, cada gato possui particularidades genéticas e cognitivas que influenciam suas respostas ao novo ambiente. “Assim como uma pessoa pode se ‘acostumar’ com algo que não faz bem à saúde emocional, os gatos também. Importante dizer que a capacidade para aprender e se acostumar existe, assim como a mesma pode ser direcionada para ‘desaprender’ e desacostumar”. Para ajudá-los no processo de socialização, Débora destaca sinais que indicam avanço na confiança, como expressão corporal relaxada, aceitação de comida na presença do tutor, uso da caixa de areia, brincadeiras e aproximações sutis com interesse.

O processo de socialização deve respeitar o tempo de cada animal, podendo levar até três meses (mas não é regra e cada animal tem seu tempo) para que ele se sinta parte do novo lar. “A socialização é estruturada em cinco pilares e não em cinco minutos! A evolução para cada pilar depende de vários fatores, alguns do gato, outros do ser humano e outros do ambiente”, afirma a veterinária, listando fatores como preparação do ambiente, troca olfativa, brincadeiras com troca de olhares, contato corporal supervisionado e rodízio dos espaços. 

Ao longo do processo de socialização, Débora destaca alguns sinais importantes, como:

  • Piscar lentamente: indica confiança e tranquilidade.

  • Postura encolhida e orelhas para trás: sinal de tensão ou medo.

  • Lambidas frequentes no focinho: costumam indicar desconforto ou indecisão.

  • Rabo esticado e leve tremor na ponta: geralmente sinal de curiosidade.

  • Fugir ou se esconder ao ouvir passos: medo ainda presente.

A especialista reforça que socializar um gato facilita sua adaptação e contribui para adoções mais responsáveis. “A socialização nos mostra o potencial e o perfil de comportamento daquele gatinho. O gato pode ficar arisco novamente se ele for para uma casa que não está sendo um verdadeiro lar para ele, pois o lar caracteriza o espaço de acolhimento, segurança, compreensão e livre de medo. Então o ambiente faz a total diferença para o comportamento deles gato, se ele se sente vulnerável e com medo, ele vai ter respostas comportamentais proporcionais a isso, como se tornar agressivo, podendo urinar fora do lugar, ficar o dia todo escondido, não comer entre outras mudanças comportamentais”. Mais informações em www.miadoselatidos.org.br@cmiadoselatidos

Sobre a Confraria dos Miados e Latidos

A ONG atua com excelência e profissionalismo na proteção animal desde 2007, tendo viabilizado nesse período a adoção responsável de mais de 5 mil animais e a castração de mais de 16 mil. Seu trabalho é focado na castração, como um dos pilares fundamentais da Saúde Única (saúde animal-humana-ambiental), no resgate e adoção responsável e na produção de conteúdo educativo para o público em geral.


domingo, 13 de julho de 2025

Medicina veterinária preventiva: benefícios além da saúde animal

Prevenção promove qualidade de vida às famílias multiespécies, sustentabilidade ao setor e colabora com a saúde pública


A prevenção reduz custos, melhora resultados e fortalece o vínculo entre tutores e veterinários. Foto: Divulgação

Prevenir é melhor do que remediar – o sábio ditado popular aplica-se também à saúde animal e segue mais verdadeiro do que nunca. Em um cenário em que os pets vivem mais e fazem parte do núcleo familiar, crescem as demandas por bem-estar e longevidade, e a medicina veterinária preventiva emerge como pilar estratégico não apenas para responsáveis (tutores) e profissionais, mas para todo o ecossistema de saúde.

Ao antecipar doenças e promover hábitos mais saudáveis para os animais de estimação, a prevenção reduz custos, melhora resultados terapêuticos e fortalece o vínculo entre responsáveis e médicos-veterinários. Mais do que uma tendência, trata-se de uma necessidade alinhada também ao conceito de Saúde Única (One Health), que reconhece a interdependência entre a saúde humana, animal e ambiental.

O que é medicina veterinária preventiva?

Consultas veterinárias regulares, exames de rotina, monitoramento da saúde bucal, acompanhamento nutricional, vacinação e vermifugação com protocolos personalizados, controle de parasitas, avaliação de comportamento, orientações sobre atividade física e enriquecimento ambiental, além de suporte ao envelhecimento saudável, são algumas das práticas que compõem a medicina veterinária preventiva. Essa rotina contribui para a identificação precoce de condições de saúde que muitas vezes não apresentam sintomas evidentes, como insuficiência renal, distúrbios endócrinos, obesidade, alterações oculares, doenças cardíacas e articulares. O diagnóstico antecipado possibilita intervenções mais eficazes, com menores impactos à saúde e melhor qualidade de vida para os pacientes. 

Além disso, práticas preventivas personalizadas, como a medicina baseada em genética, exames de rastreio de comorbidades, fisioterapia preventiva e de suporte e técnicas integrativas já são realidade em muitos hospitais e clínicas veterinárias brasileiras, promovendo saúde integral e individualizada para cada pet.

Na prática clínica, frequentemente são detectadas alterações nos exames de pets que, aos olhos do responsável, estavam perfeitamente saudáveis. Muitas doenças renais, hepáticas, cardíacas e endócrinas evoluem de forma silenciosa e só apresentam sinais quando estão em estágio avançado. A medicina preventiva permite ao veterinário agir antes que a doença comprometa a qualidade de vida do animal”, explica a médica-veterinária e country manager da VetFamily no Brasil, Stella Grell.


A medicina preventiva também traz benefícios emocionais. Foto: Divulgação


Benefícios para as famílias multiespécies

Animais que recebem cuidados preventivos tendem a ser mais saudáveis, ativos e felizes. Isso reflete diretamente no convívio diário, fortalecendo o vínculo entre pets e familiares e promovendo um ambiente mais harmonioso em casa”, destaca Stella. Doenças não diagnosticadas ou falta de tratamento adequado podem contribuir para alterações no comportamento, como agressividade, ansiedade e depressão, afetando a qualidade de vida do pet e a relação com seus responsáveis e com outros animais.

Para os responsáveis, a medicina preventiva também traz benefícios emocionais. Saber que seu animal está saudável e bem cuidado reduz a ansiedade e o estresse associados a problemas de saúde, a uma possível perda precoce do pet e a gastos não previstos.

Embora essencial, a medicina veterinária preventiva ainda encontra barreiras em responsáveis que não compreendem que um check-up regular custa muito menos do que tratar uma doença avançada — e pode ser a diferença entre meses de sofrimento e uma vida saudável e ativa. “Prevenir é sempre mais econômico do que tratar. Um check-up anual, por exemplo, pode custar menos de 50% de uma diária de internação emergencial. A vacinação em dia evita doenças graves como cinomose, parvovirose, leptospirose e rinotraqueíte, que exigem internações prolongadas e riscos à vida dos animais”, argumenta Stella.

Protagonismo veterinário

Do ponto de vista da gestão veterinária, a medicina preventiva traz previsibilidade financeira, fidelização de clientes e diferenciação no mercado. “Clínicas e hospitais que estruturam programas de prevenção conseguem reduzir emergências, manter o fluxo constante de atendimentos e se posicionar como centros de saúde de confiança”, destaca o médico-veterinário e diretor comercial da VetFamily no Brasil, Fabiano de Granville Ponce.

Para que a medicina preventiva se torne a norma — e não a exceção —, é fundamental ampliar o repertório de conhecimento técnico entre os profissionais e investir na formação de uma cultura de cuidado contínuo. Ferramentas como prontuários eletrônicos, programas de fidelidade, tratamentos inovadores e educação continuada são aliados importantes para implementar uma estrutura de medicina veterinária preventiva de forma escalável e sustentável.

A VetFamily, comunidade internacional criada por médicos-veterinários, tem como objetivos fomentar o segmento veterinário por meio de parcerias estratégicas que facilitem o desenvolvimento técnico e administrativo dos médicos-veterinários e promovam o acesso a soluções, tecnologias, produtos, medicamentos e vacinas de ponta. “A prevenção é uma das estratégias mais eficazes para a sustentabilidade das clínicas e hospitais veterinários e para o fortalecimento do vínculo com os responsáveis. Por isso, a VetFamily, em parceria com a indústria farmacêutica e com os membros da comunidade, promove a medicina preventiva e investe em campanhas de saúde com o intuito de informar e auxiliar responsáveis na detecção precoce de doenças e na necessidade de prevenção, além, é claro, de ressaltar a real importância do médico-veterinário na saúde coletiva”, esclarece Ponce.

O impacto sistêmico da prevenção

A medicina veterinária preventiva também desempenha papel educativo e prático na saúde pública e ambiental. O controle de parasitas, a vacinação e o uso racional de antimicrobianos não apenas protegem os animais, mas evitam a propagação de zoonoses e colaboram no combate à resistência antimicrobiana — um dos maiores desafios globais em saúde atualmente.

A prevenção na veterinária está intrinsecamente ligada ao conceito de Saúde Única. Cada vacina aplicada, cada responsável orientado, cada protocolo de bem-estar implementado nas clínicas tem um reflexo direto na saúde da sociedade como um todo”, reforça Ponce.

A medicina veterinária preventiva não é apenas uma ferramenta de cuidado: ela é uma estratégia ética, econômica e técnica para garantir mais anos de vida saudável aos pets, mais tranquilidade aos responsáveis e mais relevância para o profissional veterinário. Prevenir é, cada vez mais, a melhor forma de cuidar.

Fonte: VetFamily


Saúde animal: exames periódicos em pets podem identificar doenças precocemente

Uso de agulha de calibre fino na coleta de sangue pode amenizar o desconforto nos animais de estimação


Exames regulares identificam e previnem problemas de saúde. Foto: Pixabay


Os exames periódicos de saúde em animais de estimação são essenciais para garantir saúde e bem-estar a longo prazo. Assim como nós, os animais também podem desenvolver problemas de saúde e exames regulares podem identificar esses problemas, permitindo tratamento adequado e prevenindo complicações, que podem ser irreversíveis dependendo da complexidade.

Geralmente, os exames variam conforme a idade, raça e o histórico de saúde do pet, que pode ser gato, cachorro, passarinho, galinha, cavalo, entre outros, e incluem exames físicos (anormalidades na pele, problemas dentários, dores nas articulações, etc), exames de sangue (anemia e diabetes) e urina (problemas renais ou metabólicos), testes de detecção de parasitas e de imagens, como radiografias e ultrassonografias, por exemplo. 

De acordo com Samanta Cardoso da Silva, médica veterinária da BeCare UTI Veterinária, é recomendado que os responsáveis pelo pet façam a vacinação regular e exames periódicos, em média, uma vez por ano, identificando de forma precoce possíveis doenças. “Desde o primeiro ano de vida do seu animal ele pode e deve passar por avaliação veterinária e exames laboratoriais. Com certeza, com o passar dos anos, esse controle deve ser mais intensificado, pois assim como nós, os animais chegam na fase geriátrica e devem ser acompanhados com maior frequência”.

Porém, em alguns momentos, a realização de exames laboratoriais são ainda mais necessários, como antecedendo procedimentos cirúrgicos, procedimentos invasivos ou situações em que o paciente necessita de sedação ou anestesia. “Ou também quando o animal apresenta alterações que gerem uma suspeita de alguma doença que não possa ser identificada no exame físico ou, até mesmo, quando já diagnosticada a enfermidade, como parte complementar para a escolha do tratamento ideal (medicações, condutas, etc)”, complementa a veterinária.

 

Vacinação regular mantém a saúde do pet. Foto: Pixabay


Samanta também explica que os laboratórios de análises tendem a trabalhar com exames de “check-up”, que facilitam a rotina clínica e identificam de forma eficaz problemas de saúde do pet. Os mais pedidos são hemograma, bioquímico, albumina, ALT, creatinina, uréia, glicose, entre outros. “Na rotina com pacientes mais críticos usa-se muito a hemogasometria que, além de mostrar os eletrólitos (como potássio, cálcio ionizado e sódio), nos mostra também as concentrações de gases no sangue, das proporções de oxigênio, além de auxiliar na avaliação de distúrbios do equilíbrio ácido-base”.

Como é a coleta de sangue em pets?

A coleta de sangue em animais de estimação é a hora mais temida pelos tutores. Geralmente, o procedimento é rápido e envolve o uso de agulhas e equipamentos específicos projetados para garantir a segurança e o conforto do animal, conforme afirma Samanta. “A coleta é um procedimento simples e rápido, geralmente feito por um veterinário experiente e um assistente. Na prática, é puncionada a veia jugular,  veia cefálica (no membro anterior) ou a veia femoral (na região da coxa), na qual temos agulhas de diversos tamanhos, geralmente de calibre fino, desde a agulha roxa, que é para animais PP, até a agulha cinza e verde que é para os de médio e grande porte”. 

Para realizar o procedimento, a FirstLab, fabricante brasileira de produtos para laboratório, possui uma variedade de materiais de alta qualidade para atender o público pet. Na coleta de sangue, a empresa oferece para clínicas e hospitais veterinários agulhas de diversos tamanhos, para animais pequenos, médios e grandes, além de torniquetes descartáveis, escalpes, seringas, tubos de coletas e lancetas. Também, em seu portfólio, a FirstLab apresenta outros produtos, como agitadores e centrífugas, coleta de fezes e urina, descartes, E.P.I, microbiologia, micropipetas e pipetas, microplacas e tubos, microscopia e histologia, ponteiras, urinálise, racks e estantes. 

"Na FirstLab estamos dedicados a proporcionar soluções que cuidam tanto da saúde humana quanto da saúde veterinária, garantindo sempre qualidade e segurança", explica a assessoria científica da FirstLab, Vitoria Repula. 

Fonte: https://portal.firstlab.ind.br/