terça-feira, 17 de junho de 2025

Dermatite seborreica canina: o que é e como tratar?

Doença pode afetar cães de qualquer raça, incluindo os SRD (sem raça definida). Diagnóstico é feito por meio de avaliações clínicas 


Alguns sinais são discretos e outros mais evidentes. Foto: Divulgação 


A dermatite seborreica canina é uma doença comum que pode causar desconforto e alterações na aparência do animal. Ela pode afetar cães de qualquer raça, incluindo os SRD (sem raça definida). Alguns sinais são discretos, enquanto outros são mais evidentes e chamam a atenção dos responsáveis. 

O que é a dermatite seborreica canina?

A dermatite seborreica canina não surge de forma isolada. Ela é, na verdade, um desenvolvimento da seborreia, uma condição que afeta a pele do cão. A seborreia é caracterizada por alterações no ciclo de renovação celular e pelo aumento da produção de óleo pela glândula sebácea.

Quando a seborreia não é tratada adequadamente, ela pode evoluir para uma inflamação mais grave, conhecida como dermatite seborreica canina. Essa condição é marcada por intensa coceira e pela formação de feridas na pele do animal. Compreender a relação entre os dois problemas é fundamental para desenvolver um plano eficaz de tratamento e prevenção.

Classificações da dermatite seborreia canina

A dermatite seborreica em cachorro pode ser classificada em diferentes tipos com base nos sintomas e nas características apresentadas pelo animal. Isso é importante para o médico-veterinário determinar a melhor abordagem terapêutica. Confira os três principais tipos:

  • Dermatite seborreica canina seca: a pele do animal apresenta descamação excessiva, podendo ficar ressecada e descamando;
  • Dermatite seborreica canina oleosa: há um aumento anormal da produção de gordura na pele (sebo), o que pode levar a uma aparência oleosa;
  • Dermatite seborreica canina mista: é caracterizada pela presença simultânea dos sintomas anteriores, demandando um tratamento personalizado para cada condição.

A seborreia canina também pode ser classificada como primária ou secundária. A primária está relacionada a fatores genéticos e raciais. Alguns cães são mais propensos à doença, como Cocker Spaniel, Dachshund, Basset Hound, Golden Retriever, Labrador Retriever, Pastor-Alemão e West Highland White Terrier.

Na seborreia secundária, as causas são mais variadas. As principais razões incluem alergopatias e doenças endócrinas, nutricionais e parasitárias, além de infecções bacterianas e fúngicas.


O diagnóstico é feito através de avaliações clínicas. Foto: Divulgação


Sintomas da dermatite seborreica canina

A seborreia canina pode apresentar sintomas semelhantes, seja seca ou oleosa. Os principais sinais incluem coceira intensa, descamação e formação de crostas que desgrudam facilmente da pele, além de um cheiro forte e desagradável.

Além disso, a seborreia oleosa pode apresentar um excesso de gordura na pele, o que pode dar a impressão de que o pet está sempre molhado. Ao tocar a pelagem do animal, é possível sentir que ela fica engordurada e com um odor forte.

Com o avanço da seborreia, os sintomas podem piorar e levar à dermatite. Nesse caso, o cão pode apresentar feridas, vermelhidão da pele, rarefação pilosa (pelos ralos e finos) e áreas com queda de pelagem (alopecia) acentuada.

É importante buscar atendimento veterinário o mais rápido possível para saber o tratamento da dermatite seborreica em cachorro.

Diagnóstico e tratamento

Quando o pet apresenta esses sintomas, muitos responsáveis buscam informações sobre tratamento para dermatite seborreica em cães. O diagnóstico, tanto da seborreia quanto da evolução do quadro, é realizado por meio de avaliações clínicas.

Não há um tratamento para dermatite seborreica canina primária que seja definitivo, mas é possível estabilizá-la, controlando os sintomas. Já o tratamento do quadro secundário consiste em identificar e controlar a causa base, que pode ser uma doença endócrina, parasitária ou nutricional. Independente do quadro, apenas o médico-veterinário será capaz de fazer uma análise correta da condição, indicando o melhor tratamento.

Ao aprender como tratar seborreia em cachorro, é comum ver que os produtos que ajudam a reduzir a oleosidade, indicados para pets, são eficazes. Já os que promovem a renovação celular e removem escamas são ideais para cachorros com o quadro de base seca. Banhos com shampoos terapêuticos, assim como medicações orais, também podem fazer parte do cronograma terapêutico.

Além disso, algumas condições médicas, como doenças da tireoide ou problemas hormonais, podem levar a quadros semelhantes à seborreia. Por isso, não se assuste se o veterinário pedir exames complementares para descartar essas condições antes de iniciar o tratamento do pet.

Em caso de dúvidas procure um veterinário de sua confiança para consulta e exames.

Fonte: Petz

domingo, 15 de junho de 2025

De som ambiente a canal exclusivo: o que pets ouvem e assistem também importa

Músicas, sons e vídeos pensados para animais ajudam a reduzir o estresse e fortalecem a conexão entre humanos e bichos dentro de casa


O uso de vídeos neutros e trilhas sonoras contínuas promove conforto. Foto: Divulgação

Se você já deixou a televisão ligada para o seu cachorro não se sentir sozinho, saiba que essa prática ganhou status de estratégia real. Com programação voltada exclusivamente para o bem-estar dos animais, canais como a TV + Pet apostam em vídeos com sons suaves, movimentos lentos e músicas pensadas para estimular o relaxamento dos pets. E não é achismo. Um estudo publicado na revista Physiology & Behavior mostrou que cães expostos à música clássica passaram mais tempo deitados e em repouso, comportamento associado à redução de estresse em abrigos.

A proposta vai além de apenas “entreter”. A programação contínua tem como base princípios da musicoterapia e do enriquecimento ambiental — práticas já utilizadas em clínicas veterinárias, abrigos e creches, e que agora ganham espaço dentro de casa. 

Para André Faim, empresário do setor pet, cofundador da rede Lobbo Hotels, da Trabalhe pra cachorro e investidor da TV + Pet, o segredo está na intenção por trás dos estímulos. “O som certo acalma, o ritmo certo relaxa. Quando a gente fala de bem-estar animal, cada detalhe conta. Não é sobre distrair o pet, é sobre criar um ambiente mais seguro e equilibrado para ele”, afirma.

Um lar mais pet-friendly começa no som

O barulho da rua, a solidão quando os tutores saem para trabalhar e até ruídos domésticos como aspiradores ou fogões podem ser gatilhos de ansiedade para muitos cães. O uso de vídeos com elementos visuais neutros e trilhas sonoras contínuas é uma forma de suavizar esse impacto e promover conforto. E tem mais gente olhando para isso: empresas de tecnologia já estão investindo em soluções audiovisuais que se conectam com a rotina do pet — seja para mantê-lo calmo, entretido ou para criar transições mais suaves entre momentos do dia.

Além da TV, caixas de som com playlists exclusivas para cães, sensores que ativam estímulos em horários programados e luzes suaves conectadas à trilha sonora do ambiente já fazem parte do kit de inovação pet-friendly que começa a aparecer em casas mais adaptadas aos bichos. “Transformar a casa em um espaço acolhedor para o pet é uma extensão do cuidado. A gente já faz isso com crianças, por que não com os animais que também fazem parte da família?”, pontua Faim.

Estímulo na medida certa

A programação da TV + Pet inclui trilhas instrumentais, paisagens com movimentos suaves e vídeos com padrões pensados para não gerar agitação — o oposto do que se vê na maioria dos canais tradicionais. A ideia é simples: transformar o tempo que o animal passa sozinho em uma experiência mais confortável e positiva. “E isso também ajuda os tutores. Um pet menos ansioso é um pet mais fácil de lidar, com menos latidos, menos tensão e mais qualidade de vida no convívio com a família”, pontua.

Esse tipo de cuidado também pode ajudar no processo de socialização e educação comportamental. Ao reduzir a ansiedade, o animal se torna mais receptivo a interações e comandos, o que facilita o adestramento e a convivência com visitas, crianças ou outros animais. “O bem-estar emocional do pet é a base para tudo. Quando ele está calmo e se sente seguro, tudo flui melhor: desde a alimentação até o momento do passeio”, conclui Faim.

Sobre André Faim

André Faim é um empreendedor e investidor no setor pet. Sócio de empresas de investimentos e co-fundador da Lobbo Hotels, a maior rede de creches e hotéis pet do país, que hoje conta com 7 unidades na cidade de São Paulo. Ele começou sua jornada em 2016, investindo em uma creche para cães, e observando a informalidade do mercado, decidiu criar uma marca referência em serviços pet, combinando acolhimento e profissionalismo. Com experiência em diversas áreas, André também é investidor na Trabalhe pra Cachorro, focando em oferecer soluções especializadas e elevar o padrão de cuidados no setor.

Para mais informações, visite o Instagram.


Frente fria, riscos em alta: como o clima impacta a saúde dos pets

Clima frio favorece doenças respiratórias, dores articulares e queda de imunidade em cães e gatos


É recomendado que tutores façam uma avaliação veterinária preventiva no outono. Foto: Edjane Madza

Com a chegada do outono e a proximidade do inverno, os termômetros caem, os dias ficam mais curtos e os hábitos mudam – inclusive os dos animais de estimação. Menos dispostos a sair da cama e mais sensíveis a dores e infecções, cães e gatos precisam de cuidados especiais nos meses mais frios do ano, pois a queda de temperatura afeta diretamente a imunidade, o comportamento e o sistema osteoarticular dos pets.

Assim como os humanos, os animais também sentem os efeitos do frio, especialmente os filhotes, os idosos e aqueles que já possuem predisposição genética ou doenças crônicas. O frio provoca rigidez muscular e vasoconstrição (redução do calibre dos vasos sanguíneos) no organismo dos animais, aumentando a densidade e o acúmulo de líquido nas articulações e reduzindo a circulação de oxigênio pelos tecidos, aumentando as dores. O sistema imunológico fica mais vulnerável e o risco de infecções respiratórias aumenta. Por isso, o outono é o momento ideal para adotar medidas preventivas e garantir uma transição segura para o inverno”, explica a médica-veterinária e consultora técnica da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade.

Dores articulares aumentam com o frio

Um dos efeitos mais frequentes do clima frio é o agravamento de dores articulares em cães e gatos. Animais com displasia coxofemoral, artrose, luxação de patela ou outras alterações ortopédicas sofrem com o enrijecimento muscular e a piora da mobilidade em temperaturas mais baixas. “Muitos tutores observam que o animal demora mais para levantar, evita subir escadas ou demonstra relutância para caminhar. Esses são sinais clássicos de dor articular, que podem ser intensificados com o frio”, alerta a veterinária.

Nessas situações, o controle da dor deve ser orientado pelo médico-veterinário. Anti-inflamatórios, analgésicos, condroprotetores e relaxantes musculares podem ser formulados em apresentações adaptadas a cada animal — desde cápsulas palatáveis e biscoitos até xaropes, caldas e molhos — favorecendo a adesão ao tratamento e a resposta clínica.

Fitoterápicos e nutracêuticos também podem ser prescritos: “Na DrogaVET, manipulamos ativos como a cúrcuma, o colágeno tipo II e o ômega-3 de alta concentração, que são aliados naturais no combate à inflamação e na manutenção da saúde das articulações”, explica Farah. Esses compostos, associados a uma rotina de exercícios moderados, ambiente aquecido e conforto térmico, ajudam a manter a qualidade de vida de cães e gatos durante os meses frios.

Imunidade em baixa: hora de reforçar a defesa natural do organismo

As temperaturas mais baixas também afetam a imunidade dos pets e, com o organismo mais suscetível, doenças respiratórias tornam-se comuns, especialmente em locais fechados, com baixa ventilação ou grande concentração de animais. Entre as doenças mais recorrentes estão a traqueobronquite infecciosa canina – popularmente conhecida como gripe canina – e a rinotraqueíte felina, que provoca espirros, secreção nasal, conjuntivite e falta de apetite nos gatos.

Essas enfermidades são altamente contagiosas e podem evoluir com complicações sérias, principalmente em animais não vacinados ou imunossuprimidos. Por isso, além de manter a vacinação em dia, é fundamental fortalecer a resposta imunológica com nutracêuticos manipulados sob medida para cada paciente, como própolis, beta-glucana, glutamina, zinco, vitamina C e vitamina E, que atuam diretamente na imunidade”, destaca Farah.


Manter o ambiente aquecido e disponibilizar caminhas e cobertores ajuda a manter o conforto térmico. Foto: Edjane Madza


Menos disposição para brincar e se exercitar

Com o frio, a rotina de exercícios e estímulos também costuma ser reduzida. Muitos cães evitam sair para passear e ficam mais sedentários, o que pode resultar em ganho de peso, aumento da ansiedade e piora de quadros articulares. Os gatos, por sua vez, tendem a dormir mais e se movimentar menos, o que exige atenção redobrada do tutor para evitar a obesidade e o tédio.

A recomendação é adaptar as brincadeiras para dentro de casa, estimulando o pet com brinquedos interativos, túneis, bolinhas recheadas com petiscos e circuitos improvisados. Além disso, manter o ambiente aquecido com caminhas elevadas, cobertores e roupas apropriadas para cães de pelagem curta pode ajudar a manter o conforto térmico e a disposição para o movimento.

Prevenção é o melhor cuidado: como se antecipar aos riscos da estação

A queda de temperatura também pode afetar a pele e os pelos dos animais, causando ressecamento, descamação e aumento da oleosidade. Os banhos devem ser menos frequentes no inverno, sempre com água morna, ambiente fechado e secagem completa para evitar quedas na temperatura corporal. O ideal é optar por xampus dermatológicos, que mantenham o equilíbrio da pele e evitem o surgimento de dermatites.

Farah orienta que os tutores façam uma avaliação veterinária preventiva ainda no outono, especialmente para animais idosos, com histórico de doenças respiratórias, articulares ou imunológicas. “Com um bom planejamento, é possível minimizar os impactos do frio e garantir que o pet passe pelos meses frios com saúde e bem-estar".

Soluções personalizadas e seguras

Referência em manipulação veterinária no Brasil, a DrogaVET oferece soluções individualizadas para os diferentes desafios de saúde enfrentados por cães e gatos no outono e no inverno. “Nosso trabalho é transformar o tratamento veterinário em algo seguro e eficaz, respeitando sempre a individualidade de cada paciente. Por isso, contamos com um portfólio amplo de nutracêuticos, fitoterápicos e medicamentos que podem ser manipulados em formas palatáveis e atraentes para os pets, facilitando a rotina dos tutores e promovendo qualidade de vida aos animais”, finaliza Farah.

Fonte: DrogaVET


quinta-feira, 12 de junho de 2025

Por que quem tem um gato sempre tem mais?

Especialista explica a crescente popularidade dos felinos e os desafios da convivência com múltiplos gatos


Dois ou três gatos são um número adequado para garantir um convívio harmonioso. Foto: Pixabay

O aumento expressivo da população de gatos como animais de estimação nos últimos anos tem despertado a curiosidade de especialistas e tutores. Segundo o médico veterinário e docente da Universidade Cruzeiro do Sul, Adalberto Von Ancken, há fatores históricos e comportamentais que explicam essa tendência e a predileção dos tutores por múltiplos felinos. 

A história dos gatos como animais domesticados remonta ao Egito Antigo, mas, comparada à dos cães, é relativamente recente. Ao longo dos séculos, surgiram crenças sobre a capacidade dos felinos de proteger os seres humanos de energias ruins e influências negativas. Além disso, suas características comportamentais os tornam altamente adaptáveis à vida urbana, especialmente em apartamentos. 

Os gatos são extremamente limpos, confiáveis e seletivos. Eles escolhem as pessoas de quem gostam e retribuem aquilo que recebem. Isso os torna companheiros muito especiais para os tutores”, explica Von Ancken. Outra vantagem do gato sobre o cão é a independência: ele não precisa de passeios diários e se adapta bem à rotina dos tutores, o que facilita sua criação em espaços reduzidos. 

Com o crescimento das cidades e a verticalização das moradias, estima-se que, nos próximos 10 a 15 anos, a população de gatos possa igualar ou até superar a de cães. Isso se deve, em parte, à facilidade de manejo e ao comportamento mais independente dos felinos. 

Quantos gatos são ideais? 

Embora seja comum que quem tem um gato acabe adotando outros, o veterinário alerta para a necessidade de equilíbrio na quantidade de animais em um mesmo lar. “O gato é um animal territorialista e precisa de espaços individuais para dormir, comer e brincar. Quando há muitos gatos no mesmo ambiente, a divisão desses territórios pode gerar estresse”, afirma Von Ancken. 

Estudos indicam que dois ou três gatos são um número adequado para garantir um convívio harmonioso. Introduzir um novo felino ao ambiente exige cuidado e planejamento. “O ideal é permitir uma adaptação gradual, trazendo objetos com o cheiro do novo gato antes de inseri-lo no espaço compartilhado”, recomenda o especialista. 

A introdução de um novo gato na casa pode ser desafiadora. Von Ancken relata casos em que tutores acreditam estar ajudando seu gato a se sentir menos sozinho, mas acabam gerando reações adversas. “Já vi situações em que um gato ficou imóvel e sem comer por mais de 24 horas após a chegada de um novo companheiro. Cada felino tem sua individualidade e pode reagir de maneira imprevisível a mudanças no ambiente”, alerta. 

O especialista recomenda uma quarentena de 10 a 15 dias antes da aproximação física entre os animais, permitindo que se acostumem gradualmente com o cheiro um do outro. Esse período também ajuda a evitar a transmissão de doenças entre os felinos. 

A crescente popularidade dos gatos se justifica pela praticidade e pelo vínculo afetivo que estabelecem com seus tutores. No entanto, antes de aumentar o número de felinos em casa, é essencial avaliar o espaço disponível e as necessidades comportamentais dos animais para garantir uma convivência harmoniosa. 

Sobre a Universidade Cruzeiro do Sul - Há 50 anos atuando no ensino superior, a Universidade Cruzeiro do Sul possui alunos distribuídos em cursos de Graduação, Pós-graduação lato e stricto sensu, a distância e presencial, nos campi Anália Franco, Liberdade, São Miguel, Paulista, Santo Amaro, Guarulhos e Villa Lobos. É reconhecida por sua forte atuação na área social e pelo destaque em vários indicadores oficiais nas áreas de ensino, pesquisa e extensão. Pertence ao grupo Cruzeiro do Sul Educacional, um dos mais representativos do País, que reúne instituições academicamente relevantes e marcas reconhecidas em seus respectivos mercados. Visitesite  e conheça o Nosso Jeito de Ensinar.  


quarta-feira, 11 de junho de 2025

ONG realiza ação pacífica no supermercado em São Paulo para cobrar compromisso com bem-estar animal

Ativistas da Sinergia Animal pedem que Grupo Zaffari publique uma política para eliminar o uso de gaiolas na produção de carne suína


Objetivo é conscientizar os consumidores sobre práticas de bem-estar animal.  Foto: Nico Nemer 


A organização internacional de proteção animal Sinergia Animal realizou uma ação pacífica na unidade do supermercado Zaffari Morumbi Town, na zona sul de São Paulo. A intervenção teve como objetivo conscientizar os consumidores sobre práticas de bem-estar animal na indústria suína e pedir que o grupo Zaffari publique um compromisso formal para eliminar o uso das controversas gaiolas de gestação para porcas reprodutoras em sua cadeia de fornecimento.

Durante a atividade, ativistas etiquetam, de forma simbólica, os produtos de carne suína da marca própria do supermercado com adesivos informativos. Também foram distribuídos folhetos aos clientes. A ação foi realizada de maneira respeitosa e pacífica, sem causar qualquer dano aos produtos.

O uso de gaiolas de gestação é uma prática obsoleta e que causa extremo sofrimento nos animais. As gaiolas têm praticamente o mesmo tamanho do corpo das porcas, e as impedem de se virar para os lados. Elas são confinadas e imobilizadas por praticamente toda a vida. Diversas empresas do setor já avançaram nesse tema. É fundamental que o Zaffari também dê esse passo”, afirma Samantha Gaspar, coordenadora da Sinergia Animal.

No Brasil, redes de supermercados já firmaram compromissos públicos para eliminar o uso de gaiolas de gestação para porcas em suas cadeias de fornecimento, como GPA (Pão de Açúcar, Extra e Compre Bem), Grupo Carrefour (Carrefour, Atacadão, Sam´s Club, Nacional, Super BomPreço e TodoDia), Assaí Atacadista, Grupo Dia, Grupo St Marche, Hippo, UnidaSul, Mercadinhos São Luiz e Quitanda “Essas empresas demonstram que é possível atender às expectativas dos consumidores e promover melhorias na cadeia produtiva”, agregou Samantha.

Preocupação dos consumidores e influenciadores

A preocupação com o bem-estar animal é compartilhada por grande parte da população brasileira. Uma pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha, encomendada pelo Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, revelou que 88% dos brasileiros maiores de 16 anos se importam, em maior ou menor grau, com o sofrimento dos animais nas fazendas. Além disso, 84% dos entrevistados afirmaram que trocariam de supermercado caso soubessem que o estabelecimento adquire produtos de fazendas onde os animais são submetidos a sofrimento.

A atividade contou com a participação dos influenciadores digitais Rodrigo Dorado e Pedro Garutti, que acompanharam a ação. 

O nosso objetivo é dialogar com os consumidores e com a própria empresa, buscando avanços concretos para o bem-estar dos animais na indústria. Seguimos abertos ao diálogo com o grupo Zaffari para que possamos, juntos, construir uma cadeia de fornecimento mais ética e alinhada às expectativas da sociedade”, complementa Samantha.

Sobre a Sinergia Animal

A Sinergia Animal é considerada uma das ONGs mais eficazes do mundo em sua área de atuação pela Animal Charity Evaluators. A entidade atua em oito países da América Latina e Ásia, promovendo campanhas por políticas corporativas mais responsáveis, com foco na eliminação dos piores métodos de criação de animais de produção, como o confinamento de galinhas poedeiras em gaiolas e de porcas em gaiolas de gestação.

terça-feira, 10 de junho de 2025

Arraial pet: o que eles podem ou não beliscar?

Veterinária orienta como incluir seu pet na festa junina de forma segura


É preciso ter cuidado com o que os animais consomem. Foto: Reprodução da Internet


Com o início da temporada de festas juninas, é comum que os pets fiquem curiosos e até pidões ao redor das barraquinhas e mesas de comida. Apesar de parecer inofensivo dividir um pedacinho das guloseimas, é preciso ter cuidado com o que os animais consomem.

Com planejamento e cautela, é possível sim incluir os amigos de quatro patas no arraial de forma segura e saudável, tornando a festa agradável para todos”, afirma Marina Meireles, veterinária do Nouvet, centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo. “Vale reforçar que qualquer decisão sobre o que oferecer aos pets deve ser alinhada com o veterinário de confiança”, complementa.

A seguir, Marina lista os principais alimentos que podem ou não ser compartilhados com os pets, para garantir que eles participem da celebração sem comprometer sua saúde.

Alimentos proibidos para pets

Chocolate: Principalmente doces como brigadeiro, são extremamente tóxicos para cães e gatos devido à presença de teobromina, uma substância que eles não conseguem metabolizar adequadamente. Quanto mais escuro o chocolate, maior a concentração de teobromina, sendo especialmente perigoso para animais de pequeno porte. Sua ingestão pode causar tremores, desregulações intestinais, aceleração cardíaca e, em casos mais graves, convulsões.

Cebola, alho e temperos fortes: Comuns principalmente em caldos ou na amada farofa, tanto a cebola quanto o alho têm compostos sulfurosos, como o tiossulfato, que causam danos às células vermelhas do sangue, levando à anemia hemolítica. Seu consumo pode gerar fraqueza, gengivas esbranquiçadas e dificuldade respiratória.

Massas cruas ou fermentadas: O fermento nas massas pode expandir no estômago dos animais, causando inchaço, dor intensa e obstrução gástrica. Além disso, durante o processo de fermentação, há a produção de álcool, que pode levar à intoxicação alcoólica.

Carnes gordurosas ou com ossos pequenos: Os famosos espetinhos ou a carne de linguiça são proibidos. O excesso de gordura pode desencadear pancreatite, uma inflamação grave no pâncreas, com sintomas como vômitos persistentes, dor abdominal e fraqueza. Já os ossos pequenos, ao serem mastigados, podem se fragmentar, provocando engasgos ou perfurações.

Doces e sobremesas: Principalmente aqueles que contêm xilitol, um adoçante extremamente tóxico para cães, visto que liberam uma alta dosagem de insulina no sangue. A liberação de insulina implica na diminuição de glicose, podendo gerar convulsões.


Foto: Reprodução da Internet 


O que pode ser oferecido (com moderação)

Se quiser incluir seu pet na festa, opte por alimentos naturais e em pequenas quantidades, sem temperos ou condimentos.

Frango ou carne cozida sem temperos: Essas carnes são uma excelente fonte de proteína magra, ideal para a manutenção da saúde muscular e geral dos pets. Quando preparados sem sal, temperos, alho ou cebola, são de fácil digestão e baixas em gordura, o que reduz o risco de problemas gastrointestinais.

Cenoura, abobrinha e batata cozidas (sem sal ou manteiga): Esses vegetais são opções naturais e ricas em nutrientes, sendo facilmente digeríveis e boas fontes de vitaminas e fibras. A cenoura, em especial, é uma ótima opção por contribuir para a higiene bucal do pet pela sua crocância.

Frutas, como maçã (sem sementes) e banana: Essas frutas contêm pouca gordura e têm um sabor naturalmente doce, além de serem ricas em vitaminas e fibras, sendo uma boa alternativa saudável de petisco.

Milho cozido ou pipoca sem temperos: O milho cozido, quando servido sem sal, manteiga ou outros condimentos, é uma opção segura e digestível para pets, fornecendo fibras e nutrientes. Já a pipoca pode ser oferecida com moderação, desde que seja estourada sem aditivos e totalmente livre de grãos duros ou não estourados que possam causar engasgos. Ambos são alternativas simples que podem ser incluídas nas comemorações, mas sempre em pequenas quantidades para evitar desconforto gastrointestinal. 

Sempre ofereça os alimentos de forma simples, sem molhos, temperos ou aditivos que podem ser prejudiciais à saúde dos pets e fique atento às sobras, descartando alimentos que podem ser perigosos”, orienta a veterinária.

Fonte: Nouvet



quarta-feira, 4 de junho de 2025

Tráfico de Animais Silvestres no Brasil: Uma Crise Silenciosa Amplificada por Influenciadores

Estima-se que cerca de 38 milhões de animais sejam retirados ilegalmente da natureza brasileira todos os anos


Animais são adquiridos com identidade falsa. Foto: Gustavo Figueiroa / Instituto Libio

O tráfico de animais silvestres no Brasil representa uma das maiores ameaças à biodiversidade nacional. Estima-se que cerca de 38 milhões de animais sejam retirados ilegalmente da natureza brasileira todos os anos, movimentando um mercado clandestino que gera lucros anuais entre 8 e 20 bilhões de euros. Em 2024, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) apreendeu mais de 22 mil animais silvestres, encaminhados aos Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas) para reabilitação. 

A situação é agravada pela atuação de influenciadores digitais que, ao exibirem animais silvestres como pets em suas redes sociais, contribuem para a normalização e incentivo dessa prática ilegal. Um exemplo emblemático é o caso da modelo Nicole Bahls, que teve dois macacos-prego, Davi e Mical, apreendidos pela Polícia Federal e pelo Ibama em janeiro de 2023. Os animais foram adquiridos com documentação falsificada, e a apreensão deu início à Operação Defaunação, que resultou na prisão de três pessoas envolvidas em um esquema de tráfico de animais silvestres.

Outro caso que ganhou destaque foi o do influenciador Agenor Tupinambá, conhecido por compartilhar sua rotina com a capivara Filó nas redes sociais. Apesar de alegar que o animal vivia em seu habitat natural, Tupinambá foi multado pelo Ibama por manter um animal silvestre sem autorização e por exploração indevida.

Após a apreensão, os macacos Davi e Mical foram encaminhados ao Instituto Libio, localizado no interior de São Paulo. A instituição, em parceria com o Ibama, realiza um trabalho exemplar na conservação da fauna brasileira, acolhendo e cuidando de animais silvestres vítimas do tráfico e maus-tratos. A presidente do Instituto Libio, Raquel Machado, destacou: "Davi e Mical chegaram ao Instituto em estado de alerta e desconfiança, características comuns em animais que passaram por situações traumáticas. Nosso compromisso é proporcionar a eles uma vida digna, mesmo que em cativeiro, já que a reintrodução na natureza exige cuidados e investimentos significativos".

O Instituto Libio também desenvolve ações de educação ambiental, promovendo a conscientização sobre a importância da vida silvestre e o respeito a cada ser vivo. A instituição administra reservas privadas no Mato Grosso do Sul, São Paulo e Pará, visando à conservação da fauna brasileira e de seus habitats.

É fundamental que a sociedade compreenda que animais silvestres não são pets e que sua posse ilegal contribui para a destruição de ecossistemas inteiros. A atuação de influenciadores digitais nesse contexto é preocupante, pois, ao exibirem esses animais como companheiros domésticos, acabam incentivando práticas ilegais e prejudiciais à biodiversidade.

O combate ao tráfico de animais silvestres exige a colaboração de todos: autoridades, instituições de conservação, influenciadores e cidadãos. Somente com ações coordenadas e conscientização coletiva será possível preservar a rica fauna brasileira para as futuras gerações.


domingo, 1 de junho de 2025

Vida em apartamento: desafios e soluções para o bem-estar dos animais de estimação

Adaptações de rotina, ambiente e comportamento são fundamentais para a saúde física e emocional dos animais que moram em espaços reduzidos


Mesmo em espaços reduzidos, é possível promover saúde para pets. Foto Pixabay

Com a crescente verticalização das cidades, a vida em apartamento tornou-se realidade para milhares de famílias brasileiras – e, com elas, seus animais de estimação. Gatos, cães de pequeno, médio ou até grande porte passaram a ocupar ambientes compactos, com janelas teladas, áreas comuns restritas e tempo reduzido para estímulos externos. A nova dinâmica urbana traz desafios importantes para o bem-estar físico e mental desses pets, exigindo adaptações que envolvem rotina, ambiente e comportamento, além de apoio especializado, como a manipulação de florais e fitoterápicos que auxiliam no controle da ansiedade.

Assim como os humanos, os animais também sofrem com o confinamento. “A limitação de espaço reduz a possibilidade de expressão de comportamentos naturais dos cães e gatos, o que pode levar a quadros de estresse, ansiedade, agressividade, hiperatividade, lambedura excessiva, miados e latidos persistentes, entre outros problemas comportamentais e de saúde”, explica a médica-veterinária e consultora da rede de farmácias de manipulação veterinária DrogaVET, Farah de Andrade.

A importância de uma rotina estruturada


A rotina é um dos pilares para manter o equilíbrio emocional dos animais que vivem em ambientes fechados. Cães, por exemplo, precisam de caminhadas diárias que vão além de urinar e evacuar. Esses momentos devem ser ricos em estímulos, com tempo e atenção dedicados à observação do ambiente, socialização e, principalmente, ao faro – comportamento instintivo e extremamente importante para a saúde mental dos cães. “Farejar durante o passeio é, para o cachorro, como ler o jornal do dia. Ele capta informações sobre outros animais, território e até o estado emocional dos colegas de espécie. Impedir ou apressar esse momento equivale a negar um estímulo essencial”, complementa Farah.

Para cães mais ativos ou tutores com uma rotina atribulada, alternativas como creches especializadas, serviços de passeadores e atividades direcionadas com adestradores comportamentais são cada vez mais procuradas. “Essas soluções oferecem não apenas atividade física, mas também enriquecimento cognitivo, socialização e redução do tédio, o que é fundamental para evitar comportamentos destrutivos e compulsivos”, alerta a veterinária.


Brincadeiras diárias ajudam a prevenir ansiedade  em pets. Foto: Pixabay

Gatos também precisam de estímulos

Muitos acreditam que os gatos se adaptam melhor à vida em apartamentos, por serem considerados mais independentes. No entanto, a ausência de estímulos pode ser igualmente prejudicial para eles. A falta de variedade no ambiente pode levar à apatia, obesidade, ansiedade ou quadros de agressividade e estresse crônico. Por isso, o enriquecimento ambiental também é essencial para os felinos.

A presença de prateleiras em diferentes alturas, esconderijos, brinquedos interativos e acesso a janelas teladas para observar o movimento externo são ferramentas fundamentais para manter o gato mentalmente ativo”, explica Farah. Além disso, o contato com o sol, mesmo que indireto, é benéfico para a saúde óssea e a regulação hormonal dos felinos.

Brincadeiras, vínculo e enriquecimento ambiental

Brincar com o pet diariamente, ainda que por curtos períodos, é mais importante do que muitos imaginam. As interações positivas com o tutor são uma fonte poderosa de bem-estar emocional, ajudando a fortalecer o vínculo e a reduzir a sensação de isolamento que muitos animais enfrentam em apartamentos. Bolinhas recheadas com petiscos, circuitos de obstáculos improvisados, brinquedos sonoros ou com texturas diferentes são formas acessíveis e eficazes de transformar o ambiente.

O enriquecimento ambiental, inclusive, pode ser classificado em diferentes categorias: sensorial, social, alimentar, físico e cognitivo. Cada uma contribui de forma específica para manter o pet ativo, curioso e equilibrado. “A ideia é oferecer novidades que estimulem os sentidos, a inteligência e os comportamentos naturais da espécie. Não se trata de luxo, mas de necessidade para o bem-estar dos animais”, esclarece a veterinária.

Medicamentos manipulados: aliados na saúde emocional dos pets

Mesmo com todas as adaptações possíveis, alguns animais apresentam quadros de ansiedade mais acentuados, especialmente aqueles resgatados de situações de abandono, que passam por mudanças bruscas na rotina ou por predisposição genética. Nesses casos, o suporte comportamental pode ser reforçado com o uso de florais e fitoterápicos manipulados sob medida para cada animal, considerando seu peso, espécie e necessidades específicas.

A DrogaVET, referência nacional em manipulação veterinária, oferece soluções personalizadas com ativos naturais como valeriana, passiflora, L-triptofano, kawa-kawa e melatonina, que auxiliam na regulação do sono, controle da ansiedade e adaptação a novos ambientes. “Esses compostos atuam de forma suave e segura, promovendo bem-estar sem causar sedação excessiva. E, o mais importante, podem ser manipulados em formas farmacêuticas palatáveis, como biscoitos, molhos, glóbulos e caldas com sabores agradáveis, facilitando a administração e a adesão ao tratamento”, destaca Farah.

Além da praticidade, a manipulação permite ajustar doses precisas de acordo com o porte do animal, reduzindo riscos e garantindo maior eficácia. “Cada pet é único. Por isso, a individualização da terapia faz toda a diferença. Com o acompanhamento do médico-veterinário, é possível encontrar a combinação ideal de estímulos ambientais, rotina estruturada e apoio terapêutico para que cães e gatos tenham qualidade de vida mesmo em espaços compactos”, finaliza.