Amorinha foi adotada da Suipa, se curou da depressão |
Sempre tive animais quando criança. Já tive coelho, maritaca, mas sempre tive que abandoná-los. Você mora em apartamento, doa seu coelho pra quem tem uma casa grande. Você mora em 'apertamento', doa sua maritaca pra quem tem um viveiro de pássaros. Me davam felicidade e em seguida me arrancavam... aff os adultos!
Brigitte e Amora |
Mas nunca me deram um cachorro. E quando cresci e fui morar sozinha adotei uma cadela, que dei no nome de Brigitte Bardot. Mas você mora em apartamento e trabalha fora, esquece a cachorra! Não esqueci e acabei adotando outra, Amora, da Suipa. Ela veio em depressão profunda e não andava, mas mesmo no 'apertamento', fez amizade com a irmã Brigitte e hoje não tem sinais de depressão, é uma bagunceira. Depois chegou Frederico da rua. Não pega esse cachorro, você mora em apartamento, já tem duas meninas e tá desempregada. Mas esse menino veio pra nos ensinar que todos merecem uma nova chance. Ele é velho, chato, possessivo e agressivo. Mas caiu como uma luva nessa família que não é tradicional.
Essa família é marginal, vive a margem da sociedade. Uma mulher que tem três dogs, nenhum marido e muita vontade de trabalhar e estudar, não é convencional. A felicidade da vida está em escolher a sua família. E a família que eu escolhi é diferente e improvável, mas me completa, me ensina sobre amor e simplicidade a cada dia. Me ensina que a vida tem valor, principalmente quando você ama seus filhos, mesmo que sejam caninos e felinos. Família é quem nos ama, com ela nos sentimos importantes e insubstituíveis. Família está dentro do nosso coração, não do DNA.
Frederico, antes e depois do resgate |
Minha mãe fala que meus animais me amam pois não tem outra opção. Eu também não tive, mas quando fui adotada pela minha bisavó e fui morar num conjugado, me apaixonei pela velhinha. Pela sua generosidade e por toda dedicação e amor que ela teve incondicionalmente por mim. Acho que meus dogs se sentem assim, gratos por receberem amor e carinho, sem cobranças.
Amor não nasce do DNA. Amor nasce do coração! Ame, adote um cão, um gato, um porco, uma criança, um idoso, mas seja de verdade, ame incondicionalmente. Não espere nada em troca, trocas são para comerciantes, quem ama, serve. Só o amor pode mudar a sua vida, transformar a sua existência e te levar a caminhos mágicos e improváveis! Ame, seja de verdade e não tenha vergonha de ser quem você é!
*Daniela Calcia é formada em cinema e jornalismo, pesquisadora do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro, assessora de imprensa, cantora e atualmente faz curso de locução profissional na Escola Técnica de Rádio, TV e outras mídias. Confira seu perfil no Linkedin: br.linkedin.com/pub/daniela-calcia/31/653/85a/
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirQue coisa mais linda, Dani! Sei que amas seus filhotes e não os deixará por nenhum motivo. Eles amam você por você ser quem é, não por falta de opção
ResponderExcluir