MARIA INEZ MAGALHÃES
Chico não nega apoio quando a dona está triste
Foto: Reprodução Internet
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Cada um tem uma válvula de escape para ajudar a enfrentar os momentos difíceis, mas eu tenho três: meus vira latas Tobe e Mel, os cachorros, e Chico, o gato. Todas as vezes que não me senti bem, estava triste ou até mesmo passando mal, eles me fizeram companhia e, da maneira, deles, me confortaram. Muitos podem não acreditar, mas essa atenção conforta um tanto!
Foi o que fez Chico comigo na segunda-feira. Até colado no meu pé no corredor de casa ele ficou enquanto eu falava no celular. Fui para o escritório, e lá estava ele. Em um determinado momento deitei na cama e chorei. Chico pulou imediatamente em mim. Até em cima do meu computador ele ficou enquanto eu trabalhava. Parecia dizer ‘dá um tempo, você não está com cabeça para isso hoje’.
Mel, uma vez, me ouviu chorar e, de repente, apareceu e subiu no meu colo. São tantas histórias como essas que tenho vivido e ouvido que fico cada vez mais intrigada com eles. Sabemos que nossos animais nos amam e que são gratos por tudo o que fazemos por eles. Mas, como sabem que não estamos nos nossos melhores dias?
Com essa dúvida me martelando há tempos, decidi buscar a resposta. E quem me esclareceu foi o médico veterinário Guilherme Soares. Ele também é mestre e doutor com foco em pesquisa sobre distúrbios de comportamento de cães e gatos. Segundo ele, a domesticação desses animais é um dos fatores que contribuíram para esse tipo de atitude, por isso os cuidados mútuos são tão importantes para eles, assim como o convívio social.
Guilherme esclarece ainda que, possivelmente, eles não têm capacidade de diferenciar a tristeza de um mal físico, mas sabem que o dono não está legal e podem até avaliar a dimensão desse mal. A genética, diz Guilherme, também influencia na atitude do animal. Um selvagem, por exemplo, não terá o mesmo comportamento de um cão ou gato domesticado, mesmo que ele seja criado desde filhote por um humano.
As gatas Mel, Ginger e Charlotte, da Fernanda Galvão, foram companheiras fiéis da jornalista no início do ano quando ela foi demitida. Ela lembra que foram dias bem depressivos. Sensibilizadas com a dona, as gatas não saíam de perto dela chegando a deitar na cama com Fernanda, o que acontece também quando a jornalista adoece. Embora não falem consigo ouvi-los dizer: ‘conte comigo’. Muito mais amigos e verdadeiros que muitos humanos por aí.
Fonte: JORNAL O DIA
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