domingo, 21 de junho de 2015

Companheiros na alegria e na tristeza: apoio animal existe e é confortador

Veterinário explica que a domesticação de gatos e cachorros é um dos fatores que contribuem para esse tipo de atitude

MARIA INEZ MAGALHÃES

Chico não nega apoio quando a dona está triste
Foto:  Reprodução Internet
Niterói - Tive uma semana muito triste, que começou com a notícia de um grande amigo internado em estado grave. E estamos na torcida por ele. No dia seguinte, perco uma colega de trabalho, Vanessa Assenoff, que morreu aos 44 anos grávida. Estava em seu momento mais feliz. Uma tragédia. Como aguentar tudo isso e ter que seguir a vida normalmente? 

Cada um tem uma válvula de escape para ajudar a enfrentar os momentos difíceis, mas eu tenho três: meus vira latas Tobe e Mel, os cachorros, e Chico, o gato. Todas as vezes que não me senti bem, estava triste ou até mesmo passando mal, eles me fizeram companhia e, da maneira, deles, me confortaram. Muitos podem não acreditar, mas essa atenção conforta um tanto! 

Foi o que fez Chico comigo na segunda-feira. Até colado no meu pé no corredor de casa ele ficou enquanto eu falava no celular. Fui para o escritório, e lá estava ele. Em um determinado momento deitei na cama e chorei. Chico pulou imediatamente em mim. Até em cima do meu computador ele ficou enquanto eu trabalhava. Parecia dizer ‘dá um tempo, você não está com cabeça para isso hoje’. 

Mel, uma vez, me ouviu chorar e, de repente, apareceu e subiu no meu colo. São tantas histórias como essas que tenho vivido e ouvido que fico cada vez mais intrigada com eles. Sabemos que nossos animais nos amam e que são gratos por tudo o que fazemos por eles. Mas, como sabem que não estamos nos nossos melhores dias? 

Com essa dúvida me martelando há tempos, decidi buscar a resposta. E quem me esclareceu foi o médico veterinário Guilherme Soares. Ele também é mestre e doutor com foco em pesquisa sobre distúrbios de comportamento de cães e gatos. Segundo ele, a domesticação desses animais é um dos fatores que contribuíram para esse tipo de atitude, por isso os cuidados mútuos são tão importantes para eles, assim como o convívio social. 

Guilherme esclarece ainda que, possivelmente, eles não têm capacidade de diferenciar a tristeza de um mal físico, mas sabem que o dono não está legal e podem até avaliar a dimensão desse mal. A genética, diz Guilherme, também influencia na atitude do animal. Um selvagem, por exemplo, não terá o mesmo comportamento de um cão ou gato domesticado, mesmo que ele seja criado desde filhote por um humano. 

As gatas Mel, Ginger e Charlotte, da Fernanda Galvão, foram companheiras fiéis da jornalista no início do ano quando ela foi demitida. Ela lembra que foram dias bem depressivos. Sensibilizadas com a dona, as gatas não saíam de perto dela chegando a deitar na cama com Fernanda, o que acontece também quando a jornalista adoece. Embora não falem consigo ouvi-los dizer: ‘conte comigo’. Muito mais amigos e verdadeiros que muitos humanos por aí.

Fonte: JORNAL O DIA

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